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VILA NOVA DA BARQUINHA – II Encontro da Cultura Popular do Ribatejo. Inscrições abertas

Região especialmente heterogénea, o Ribatejo, carece de uma análise social e cultural que permita perceber a sua matriz conceptual em volta da qual a ideia de Região se estruture e desenvolva. Se a identidade cultural, seja a que nível de abrangência for, é feita de identidades múltiplas, o Ribatejo pode e deve ser visto, precisamente, como oportunidade e cadinho de análises experimentais, multivalentes e diversificadas, como diversificadas são as matrizes culturais e, até sociais, em presença. Na sequência de anteriores acções, mais específicas, desenvolvidas pelo Fórum Ribatejo, o II Encontro de Cultura Popular do Ribatejo, realizado em estreita parceria com a Câmara Municipal da Barquinha, surge, agora, como um imperativo de reflexão sobre o Ribatejo, permitindo evidenciar a produção teórica que os últimos anos tem contribuído para valorizar a representação antropológica desta região. Pretendem-se formular diversas interrogações sobre o que podemos compreender agora, à luz dos mais actuais e diversos conhecimentos, em temáticas como a religiosidade popular, trabalho, relações sociais e de género, ciclo de vida, saúde e alimentação. Para tanto, o Fórum Ribatejo ambiciona estimular um diálogo, aberto e partilhado, entre investigadores oriundos dos mais diversos campos científicos: da história à geofísica, da economia ao património, da literatura ao turismo, da biologia à antropologia, e demais domínios do conhecimento. Articulando, neste contexto, o nosso passado histórico com o presente, procurar-se-á examinar as representações diacrónicas do corpo social e cultural, da economia e desenvolvimento regional e local, bem como questionar a importância dos factores identitários, enquanto mecanismos que, ontem e hoje, produzem ou não, em cada um de nós, um sentimento de pertença regional. Complementarmente, pretende-se perceber, também, a importância histórico-cultural da matriz agrícola, numa região que aí assenta, afinal, as condições primordiais da sua existência.
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Com um leque temático abrangente e interpelando investigadores de áreas diversas, o II Encontro da Cultura Popular do Ribatejo visa, assim, lançar um debate que se mantém actual e que corresponde aos interesses de um número crescente de investigadores e de público. Num tempo em que as regiões administrativas terminaram, já, há muito e os próprios distritos desapareceram também; em vésperas de eventual criação de uma NUT que possa, ou não, resgatar diversos concelhos de outras circunscrições onde a sua inserção é menos lógica e natural; quando se registam alguns discursos favoráveis à reunificação num só território dos concelhos que hoje integram duas Comunidades Intermunicipais e que têm de pedir bênção a diversas estruturas sedeadas em Lisboa, Coimbra, Évora, Vila Franca de Xira ou Caldas da Rainha,

– Quais as razões que sustentam a manutenção de uma ideia de Ribatejo e que referências matriciais poderão ser avocadas para a construção do seu imaginário cultural?

O II Encontro de Cultura Popular do Ribatejo destina-se, naturalmente, a todos os profissionais e académicos das áreas da cultura e do social, e, em especial, aos investigadores das áreas das ciências sociais, professores dos diversos graus de ensino, técnicos culturais da administração regional e autárquica, profissionais de turismo e do património e responsáveis técnicos das associações que se devotam à pesquisa e ao estudo do património etnográfico e folclórico da nossa região. Numa perspetiva que se pretende essencialmente patrimonial e conceptualmente imaterial, este II Encontro de Cultura Popular do Ribatejo, irá privilegiar as seguintes linhas temáticas:

– Festas populares, cíclicas e comunitárias. A sacralização da natureza.
– Família e ciclo de vida. O papel da mulher e os ritos de passagem.
– Terapêuticas, saúde e condições alimentares.
– A religiosidade popular. Cultos e romarias; promessas e ex-votos.

Informações complementares
Está a decorrer o prazo de inscrição para a apresentação de comunicações a integrar nos trabalhos. A apresentação deverá constar de uma síntese até quinze linhas, título e palavras-chave. Deverá ser, ainda, acompanhada de uma síntese biográfica curricular com o máximo de doze linhas. As mesmas deverão ser acompanhadas de endereços de contacto telefónico e de mail. A apresentação de textos comunicacionais não representará, para o Autor, quaisquer encargos. No eventual processo de selecção serão tidos em conta a respectiva ordem de entrada, aspectos de adequação aos temas previstos e respectivas relevâncias. Dos resultados de avaliação serão fornecidas as devidas informações aos respectivos candidatos, num prazo que decorre até ao dia 15 de Abril de 2019.