Os resultados do devastador incêndio que deflagrou na freguesia de São Pedro, em Tomar, no passado dia 7 de Julho, foram analisados na última sexta-feira, num encontro entre os eleitos locais e ainda as altas esferas da Protecção Civil do Distrito de Santarém. E ficou a conclusão de que a ocorrência em causa já teve uma mão-cheia de repetições nas últimas décadas e em todos esses exemplos o início aconteceu na Portela ou na Matrena, sendo que o sentido do rasto de destruição… foi basicamente o mesmo. Os Independentes, pela voz do vereador Pedro Marques, chamaram a atenção para isso mesmo e numa declaração para acta «exigem» que o incêndio «não caia, uma vez mais, em saco roto e se efectue o necessário debate, ouvindo directamente e de imediato as populações e as forças políticas no intuito de que o Município e a Protecção Civil local e distrital tomem as medidas necessárias para prevenir ocorrências futuras»: «O incêndio tem sempre origem na Portela ou na Matrena. Mas o caminho que ele segue é sempre o mesmo. Disseram que pensaram ter o fogo controlado ali na zona da Portela mas com os ventos e projecções foi para São Pedro e Abrantes e a outra frente foi para a Linhaceira. A questão toda é que na Linhaceira, naquela hora, ainda não existiam meios terrestres. A população e o presidente da Junta andavam desesperados. Isto é cíclico… surpreende-me que o incêndio termine sempre no mesmo local. Esperemos que se faça alguma coisa desta vez. O senhor Comandante Distrital tem toda a razão quando diz que isto já aconteceu várias vezes e nada se fez… ».
O incêndio de 7 de Julho foi aquele que mais meios teve no histórico de ocorrências no distrito de Santarém. Mesmo assim, sublinhe-se, houve registo para inúmeras queixas das populações afectadas. Muitas pessoas, aliás, tiveram que se substituir aos meios de combate e salvaram os respectivos bens. A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, admitiu que há situações para rever, nomeadamente ao nível da prevenção, avançando que o concelho nabantino foi o segundo que, de entre os afectados, teve menor área queimada: «Este foi o incêndio no distrito de Santarém que maior número de meios esteve no seu combate… Na totalidade da área ardida, 21% foi no concelho de Tomar, que foi o segundo com menor área ardida, em contraponto com Vila Nova da Barquinha, que teve uma maior área. Foram elencadas diversas situações que devem ser trabalhadas a nível da prevenção, nomeadamente no ordenamento do território, pois a construção de anexos, muros e cercas dificultam o combate».
Ajuda para quem necessita – Entretanto, ainda na análise ao incêndio, os Independentes apresentaram uma proposta no sentido de que em «colaboração com as Juntas de Freguesia, se possa efectuar um levantamento exaustivo dos prejuízos ocorridos». O texto refere que «tendo em conta o facto de muitos destes prejuízos não estarem cobertos por seguros, se disponibilizem meios financeiros que minimizem os prejuízos dos munícipes», para além de um apoio imediato a quem ficou com a sustentabilidade em causa.