João Venâncio, treinador da equipa de futsal de Carvalhos de Figueiredo, foi castigado pela Associação de Futebol de Santarém com quinze (!) meses de suspensão. Este castigo tem por base considerações que o árbitro Fernando Carreira escreveu no relatório do jogo que opôs a equipa tomarense ao Ferreira do Zêzere, duelo esse que nem chegou ao final. A revolta está instalada naquele emblema tomarense que, para além de estar em vias de ver o seu treinador castigado como não há memória, ainda terá que fazer face ao pagamento de uma multa de mil euros. Marco Marques, presidente da ACR Carvalhos de Figueiredo, em entrevista à Hertz, deixa claro que, mesmo assim, o futsal irá continuar a ser praticado na Associação e garantiu que tudo será feito para evitar «estas injustiças»: «Não é por esse eventual castigo que João Venâncio irá deixar de ser o treinador de Carvalhos de Figueiredo. E o futsal em Carvalhos de Figueiredo não irá acabar, apesar de muitas pessoas pensarem isso. Mas colocamos em causa se vale a pena participar no Campeonato da Associação de Futebol de Santarém ou em Leiria. Nunca vi ninguém apanhar 15 meses de suspensão sem ter feito nada. E o clube ainda terá que pagar um valor absurdo de mil euros. Não fizemos nada. Nós estamos a pagar por uma pessoa que agrediu, uma pessoa que foi director e jogador do Ferreira do Zêzere. Como podem alegar que é adepto de Carvalhos?! Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para corrigir esta injustiça».
João Venâncio, o treinador da equipa de futsal de Carvalhos de Figueiredo, também em entrevista concedida à Hertz, diz estar a ser vítima de uma injustiça, garantindo que não agrediu quem quer que fosse. O técnico aponta baterias para a Associação de Futebol de Santarém: «Está a ser muito difícil lidar com esta situação… para mim é muito complicado porque está em causa uma grande injustiça. Nesta Associação, vale mais a palavra de um mentiroso do que a verdade. Nem sequer fui ouvido sobre algo que seja. Até um homicida que mata alguém é ouvido, a mim nem me dão essa hipótese. Porque é que não me dão essa hipótese? Será que a Associação se rege por outros princípios? Pelas palavras do senhor árbitro, sou acusado de tudo e mais alguma coisa. Sou acusado por tudo o que aconteceu dentro do pavilhão. Parece que andam a gozar com quem trabalha. Eu não agredi ninguém e nem fui agredido. O que se passou mais grave foi após o jogo e nada teve a ver connosco. Eu não aceitei um cumprimento de um colega de banco, se calhar mal, mas na altura não me pareceu correcto. Na altura fui ligeiramente empurrado. Mas não houve mais nada para além disso. Mas o senhor árbitro entendeu que não havia condições para continuar o jogo. Não sei porquê. É pena que o senhor árbitro não tenha interrompido o jogo quando o seu colega foi agredido com uma bola que saiu da bancada dos adeptos do Ferreira. Isso já nem vem do relatório. Vale mais a palavra de um aldrabão do que a verdade. Não sei se vale a pena recorrer… A partir do momento em que os testemunhos não são válidos. A minha vontade foi deixar de treinar, mas isso seria dar razão a quem fez o relatório. Quem é mais pequeno lixa-se… Não é um clube qualquer que confia no seu treinador que tem o risco de ficar uma época de fora. Agradeço-lhes muito. O apoio da Associação significa muito para mim. Nunca irei esquecer esta atitude».