O Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT) é, desde segunda-feira passada, a primeira instituição do SNS com a deteção da variante Ómicron, baseada na deteção de quatro mutações por biologia molecular, validada pelo INSA – Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge. No âmbito desta certificação pioneira, alicerçada nos investimentos efetuados no reforço da capacidade laboratorial para resposta à pandemia COVID-19 e na formação de diferenciação técnica dos profissionais do Serviço de Patologia Clínica da instituição, o CHMT conclui que a variante Ómicron é responsável pela quase totalidade dos novos casos COVID-19 da região do Médio Tejo. De facto, entre 26 e 27 de dezembro, a variante Ómicron já representava 92,3% dos casos analisados pelo Laboratório do Serviço de Patologia Clínica do CHMT. Na última quinzena, de 12 a 27 de dezembro, foram detetados pelo CHMT um total de 172 casos da variante Ómicron. De acordo com o levantamento de dados efetuado pelo CHMT, a variante Ómicron tornou-se a predominante na região do Médio Tejo a partir de dia 20 de dezembro, quando ultrapassou os casos da variante Delta. Os dados compilados pelo Laboratório do Serviço de Patologia Clínica do CHMT evidenciam exponencial progressão da nova estirpe de COVID-19 na região do Médio Tejo. Na semana de 12 a 18 de dezembro, os casos de Ómicron representavam 18,6%, na semana seguinte já absorviam uma fatia de 63,1% dos casos analisados, atingindo uma percentagem de 93,3% nos dias 26 e 27 de dezembro. O CHMT tem a reportar apenas um caso de um doente internado em cuidados intensivos com a nova estirpe da COVID-19.
Da análise do CHMT sobre os casos positivos à COVID-19 da região do Médio-Tejo, uma maioria dos contágios (60%) ocorre nos menores de quarenta anos. Uma fatia 14% dos casos ocorreram em utentes com idade superior a 60 anos e há apenas 2,9% de casos positivos na faixa etária superior aos 80 anos.
O Presidente do Conselho de Administração do CHMT, Casimiro Ramos, afirma: “A validação, pelo INSA, do procedimento realizado pelo Laboratório do Serviço de Patologia Clínica e os resultados obtidos com a investigação realizada pelo mesmo, são mais um passo muito importante na afirmação deste serviço, como uma referência a nível nacional”. Carlos Cortes, Diretor do Serviço de Patologia Clínica do CHMT, complementa a complexidade envolvida nesta certificação: “A deteção da Ómicron, segundo as recomendações do INSA, é tecnicamente mais complexa do que a deteção das outras variantes. O CHMT tem, desde o início do ano, a capacidade técnica de identificação das variantes e das suas mutações, o que tem sido um instrumento importante de intervenção e combate à pandemia COVID-19”.
O responsável enquadra ainda a importância da deteção das novas variantes pelo Laboratório de Patologia Clínica do CHMT: “A deteção das variantes do SARS-CoV-2 é de grande importância, não só epidemiológica, mas também clínica, já que estamos a perceber que o impacto da sintomatologia da variante Ómicron é menor do que o da estirpe original, ou das suas variantes Alpha (variante do Reino-Unido), ou a ainda circulante variante Delta”. Carlos Cortes reforça a importância da manutenção de todos os cuidados neste período crítico do ano: “O facto de a maioria dos utentes em que detetámos a variante Ómicron no CHMT estarem assintomáticos ou apresentarem sintomas ligeiros não pode levar a uma despreocupação por parte da população. É essencial o reforço de todos os cuidados, evitando grandes aglomerações, e promovendo o reforço da vacinação e a realização de testes regulares.”