A Vila de Ferreira do Zêzere acolheu a nona edição do Festival Internacional de Acordeão em que a Câmara municipal, e bem, apostou neste veneto, aliando à vontade de um seu grande promotor, e que tem levado o nome de Ferreira por todo o lado, quando se fala neste instrumento, e seu Leonel Rocha, proprietário do Atelier do Acordeon e grande dinamizador do acordeão no concelho e proprietário de um espaço de recuperação e construção artesanal deste instrumento tradicionalmente ligado ao folclore português, ex- emigrante na Alemanha e hoje com 77anos, conhece todos os mistérios de um instrumento que considera ser o mais completo de todos e que faz a sua entrada atualmente em géneros musicais mais eruditos, como a música clássica ou o jazz. Presente na edifício-sede das Associações Culturais, o mestre Leonel, que subiu ao palco para umas breves palavras, recordou que “há oito anos, por intermédio do vereador da cultura da Câmara Municipal, promovi o primeiro Festival Internacional do Acordeão. Foi a “semente”, na qual o município tem continuado a apostar. “O município está a fazer um excelente trabalho, era um crime deixar morrer isto e o vereador Hélio Antunes dedica-se de corpo e alma a este projecto cultural “. Durante este dois dias, e na noite de sábado em sala com cerca de 220 pessoas e, a um preço simbólico de 5 euros, o espectáculo aconteceu e durante duas horas e meia passaram pelo polaco o sérvio campeão do mundo Petar Maric, pela segunda vez em ferreira, o luso descendente Nelson Marto campeão do Europeu o campeão nacional natural da Lourinhã- Rodrigo Mauricio, o francês radicado em Portugal e “rei do sapateado” Michelle do Sapateado, e depois os ferreirenses, já que o concelho tem grandes nomes e professores deste instrumento como Bruno Gomes ( vereador do PS) Márcio Cabral, Júlio Vitorino, que tem feito um trabalho em parceria com o poeta Jorge Roberto e Rafael Nunes e um jovem vindo da Lousã, e grande revelação Rodrigo Gomes. Ferreira do Zêzere afirma-se assim na região com um papel particular de promoção do instrumento, com este Festival Internacional dedicado ao acordeão, cuja ideia partiu de Leonel Rocha, apaixonado pelo instrumento e um dos seus últimos grandes artesãos, a quem acorrem os grandes artistas nacionais, não havendo artista em Portugal que não conheça a vila por o acordeão e este oficina de reparação, já que grandes artistas referem que nos tempos que correm já poucos farão o trabalho ao qual se dedica Leonel Rocha, que restaura no seu atelier acordeões antigos, com todas as particularidades da complexa estrutura de fole e teclas , tudo inserido na caixa que fazem destes instrumentos musicais autênticas obras de arte. Bruno Gomes com Leonel Rocha, herdou o bichinho e hoje em dia há tantos grupos na região de concertinas e acordéons, quem sabe fruto do “bichinho” que este concelho transmitiu por estas pessoas e certamente a capital do ovo, é de igual modo a capital do acordéon e estes festivais são uma mais valia cultural, que também já acontecem em Tomar, levados pelas mesmas pessoas, profissionais da arte. Registe-se que o “mestre” Leonel Rocha é estabelecido com o atelier que mantém até hoje, negócio com cerca de 35 anos, onde se dedica à restauração de acordeões antigos. No fim de cada espectáculo o público presente, não se importava de voltar a rever esta grande noite e tarde de grande espectáculo. António Freitas