A 10 de fevereiro de 1856, nasce no Tramagal Eduardo Duarte Ferreira. Viria a ser um grande visionário e empreendedor. Eduardo Duarte Ferreira ergueu a sua primeira forja em 1879, o ponto de partida da grande Metalúrgica Duarte Ferreira (MDF). Para evocar o 165º aniversário do fundador da MDF, deixamos aqui a curta metragem “Ne pas couper Tramagal”, com realização de António Pedro, desenvolvido no ano 2017, no âmbito de um projeto da Arteemrede, que conta com as participações de Maria Rosa Barralé, José Branco, Manuel Pio, Manuel Grácio, José Filipe Maximiano, Fernando Jorge, Joaquim Ervideira, Jorge Pombinho, Estevão Jacob, Lígia Marques, Victor Hugo Cardoso. No verão de 2017, o cineasta António-Pedro esteve em residência no Tramagal, onde conheceu antigos funcionários da Metalúrgica Duarte Ferreira (MDF) e visitou vários espaços emblemáticos relacionados com a história desta empresa e da indissociável história da vila. Foi a partir de algumas dessas histórias que Ne Pas Couper – Tramagal ganhou forma. Num tom assumidamente autoral, Ne Pas Couper – Tramagal apresenta-se como uma cine-carta enviada a Eduardo Duarte Ferreira, falecido em 1948. Nela se conta o que se passou, entretanto, na metalúrgica que fundou e na terra onde nasceu. Nos anos 60, por decorrer a Guerra Colonial a MDF procedeu à montagem dos veículos militares Berliet-Tramagal, fornecidos ao Exército Português. Como consequência desta nova atividade, a MDF descurou o fabrico das máquinas e alfaias agrícolas. Já no pós-25 de Abril, a MDF foi intervencionada pelo Governo português. Em 1995, começa o gradual desmantelamento da MDF e dois anos depois formalizou-se a sua extinção.