O Partido Social-Democrata, pela voz do vereador João Tenreiro, quis saber se a Câmara Municipal de Tomar está a aproveitar trabalhadores contratados pela Junta Urbana ao Centro de Emprego. O eleito do PSD questionou a presidente Anabela Freitas relativamente a algo que lhe transmitiram e que se centra num eventual acordo entre a autarquia e a freguesia no sentido de que sejam intervencionadas duas estradas da área geográfica desta última… em troca, a Junta cederia funcionários que pertencem actualmente aos seus quadros. João Tenreiro alertou para aquilo que classificou como uma eventual ilegalidade: «Não quero acreditar nisto mas foi-me ventilado que havia trabalhadores da Junta contratados ao Centro de Emprego que estavam a trabalhar no Mercado por conta da Câmara. E isto acontecia devido a um protocolo com a Junta Urbana, no qual a autarquia iria fazer duas estradas para a freguesia e a Junta cederia os trabalhadores. Ou seja, os referidos funcionários, em vez de estarem a trabalhar para a Junta, porque foi assim que o plano foi feito, estão no mercado. Não quero acreditar nisto. Se houver algum acidente ou outro problema, a Câmara está metida em grandes trabalhos. Poderá estar aqui uma ilegalidade muito grave».
Depois de Anabela Freitas garantir que não há qualquer ilegalidade neste processo, registo para a intervenção de Hugo Cristóvão. O vereador do Partido Socialista acusou João Tenreiro de «andar distraído» e de «ter falta de memória» face ao que «aconteceu nos últimos anos». O eleito do PS apontou algumas intervenções efectuadas por António Rodrigues, ex-presidente da Junta de Santa Maria dos Olivais: «Por vezes temos que ouvir aqui alguns argumentos que me fazem perguntar onde é que algumas pessoas, nomeadamente o senhor presidente do PSD (ndr: referindo-se a João Tenreiro) andou nos últimos anos. É preciso lembrar que no final do mandato anterior a Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais fez intervenções nas casas de banho do mercado municipal e não sabemos bem a título de quê e nem com que trabalhadores. Até foram inauguradas na própria campanha… E até fez uma plataforma no rio, não sabemos com a autorização de quem nem com que trabalhadores. É, por isso, incompreensível ouvir estes argumentos que não fazem qualquer sentido».
A resposta de João Tenreiro não se fez esperar. O vereador social-democrata acusou Hugo Cristóvão de querer justificar a eventual ilegalidade que a autarquia estará a cometer actualmente… com outras eventuais ilegalidades que podem ter sido cometidas no mandato anterior. Ou seja, João Tenreiro acabou por mostrar discordância face às intervenções citadas da Junta gerida por António Rodrigues, então eleito pelo PSD: «Depois de ouvir a intervenção do vereador Hugo Cristóvão, não sei se hei-de chorar ou de rir. Não intervenho nas reuniões de Câmara na qualidade de presidente do PSD mas sim enquanto vereador. Senão o vereador Hugo Cristóvão terá que dizer também todos os cargos que tem e que teve, ainda para mais na altura dos dezasseis anos de poder de que ele fala. Deve recordar qual foi a sua posição nessa altura, que ele até condena. Ou seja, até se condena a ele próprio. Também fico surpreendido com o facto de ele falar de obras nas casas de banho no mercado pois parece-me que está a justificar eventuais ilegalidades com outras ilegalidades que podem ter sido feitas no anterior mandato». Foto de arquivo