O Município de Tomar tem realizado, durante esta semana, uma «intervenção» nas árvores da Av. Ângela Tamagnini, na sequência de informação apresentada ao executivo camarário na reunião de 15 de fevereiro, e que «não suscitou reservas de nenhuma força política», refere um comunicado da autarquia nabantina enviado para a redacção da Hertz.
Segundo a informação apresentada, da responsabilidade dos serviços, na “avaliação do arvoredo que se encontra na Av. Ângela Tamagnini, mais precisamente no troço entre as rotundas do Bonjardim e da Alameda um de Março”, foram encontrados problemas como a “excessiva proximidade aos edifícios; reduzida aérea para desenvolvimento da copa; existência de indivíduos com deficiências estruturais e fitossanitárias relevantes” e existência de espécies “desadequadas ao local”.
Na análise dos dados recolhidos foi tido em consideração que os serviços previram a rearborização da avenida em questão já no longínquo ano de 2001 e que, desde essa data até hoje, o estado de conservação das árvores «registou um decréscimo considerável na sua qualidade, quer pelas intervenções forçadas, quer pelo avanço dos problemas fitossanitários». Assim, a informação previa a manutenção das tílias e a substituição das restantes árvores desse troço por liquidâmbar. O Município procedeu igualmente ao corte de algumas árvores existentes no leito do rio, entre o Mouchão e a Várzea Pequena, «que se encontravam em risco iminente de queda», justifica o mesmo texto.
Na verdade, a intervenção na avenida Ângela Tamagnini está longe de agradar aos moradores. A redacção da Hertz foi contactada por alguns desses cidadãos, que nos expressaram o respectivo descontentamento face à situação, lamentando que «não tenham sido informados de nada». Questionados pela Hertz, os munícipes referem que «nunca» lhes pareceu que as árvores estivessem doentes, sublinhando que «as árvores eram, embora de espécies diferentes, todas de folha caduca. Neste momento estavam sem folhas, mas no verão encheram-se de folhas como habitual», considerando, então, como inadequado «o procedimento de abate de tantas árvores sem qualquer esclarecimento».
Os moradores deixam a questão: «Será que uma manutenção cuidada (poda entre outras coisas) e tratamento não podia ter salvo as árvores?». «As árvores (…) davam sombra, filtravam a poluição, funcionavam como cortina verde entre os prédios; resumindo – Davam à rua um ar civilizado», referem».