As obras que têm decorrido no imóvel situado na rua Marquês de Pombal, em Tomar, voltaram a dar que falar em reuniões de Câmara. E, para não fugir à regra, pelas piores razões. Desta feita, foi a própria presidente da autarquia nabantina, Anabela Freitas, que admitiu que, há algumas semanas, o Município teve que chamar a Polícia de Segurança Pública porque os fiscais camarários, que se deslocaram ao local, «estavam a ser mal tratados». A autarca disse, ainda, que as intervenções em causa, que tinham sido embargadas há alguns meses, tiveram permissão para ser retomadas e tinham licença para ocupação de via pública… só que houve “excesso de ocupação”. O assunto relativo à obra, refira-se, foi iniciado por Pedro Marques, vereador dos Independentes, que pediu, então, explicações sobre o retomar da intervenção, apontando a «coincidência» desse reatar com a ausência de Rui Serrano enquanto vereador responsável pelo respectivo departamento:
Pedro Marques: «Pode ser coincidência ou não, mas neste período em que o vereador Serrano não esteve a exercer funções, aquela obra na Marquês de Pombal andou… E eu gostava de saber… Foi levantado embargo, há embargo, foi licenciada ou não foi… Inclusivamente sei que a polícia passou lá porque houve uma altura em que os senhores espalharam areia no passeio e na estrada. Passeio e estrada eram local de obra. A situação com os prédios vizinhos foi acautelada ou não? Gostava de saber pois somos questionados na rua… ».
Anabela Freitas: «Efectivamente o processo foi despachado por mim porque me foi colocado como em condições para poder ser deferido. E as obras foram retomadas. No entanto, mandámos lá os fiscais porque para além do retomar da obra houve também uma licença de ocupação de via pública. E mesmo com esta licença, a obra tem que permitir que o cidadão transite no passeio. Ou seja, não pode ocupar da forma que ocupou. Foi por nossa iniciativa que chamámos a PSP porque os fiscais estavam a ser mal tratados».
Foto de arquivo