Estalou a “bronca”, uma vez mais, entre Partido Social-Democrata e Independentes, de um lado, enquanto que no outro está Luís Ferreira, chefe de gabinete da presidência da Câmara de Tomar. Desta feita, na origem da troca de “argumentos” está a recente reunião que analisou os problemas de saúde no concelho nabantino, encontro esse em que os vereadores João Tenreiro, António Jorge e Pedro Marques não puderam estar presentes… sendo que Luís Ferreira, através das redes sociais, fez questão de sublinhar essa ausência. E foi António Jorge, eleito pelo PSD, que abordou este tema na recente reunião do executivo, acusando Luís Ferreira de «viver toda a vida utilizando um cartão de militante»: «Eu e todos os elementos da oposição fomos confrontados com expressões menos próprias de pessoas que fazem parte da Câmara de Tomar. Tenho que lhe dizer isto com muita frontalidade pois acho que a senhora não merece isto. Pois perante aquilo que li, vi e tive o cuidado de imprimir… até vou citar: “Estive (ndr: na reunião em causa) na qualidade de deputado municipal indicado pelo meu partido (…). Faltaram todos os vereadores da oposição, João Tenreiro e António Jorge, pelo PSD, e Pedro Marques, pelos Independentes. O assunto não devia ser importante pois esta coisa dos hospitais não interessa nada ou então como a reunião não dava direito a senhas de presença para todos não se lhes apeteceu incomodar. Garanto que se houvesse senhas de presença ou ajudas de custo de Lisboa para Tomar para receber, eles não faltavam”. Isto é realmente muito triste e menos próprio para uma pessoa com responsabilidades na gestão autárquica deste concelho. Isto não se escreve. Isto não se diz. Isto não se faz. Isto são ofensas do mais gravoso possível e tidas por uma pessoa que é o chefe de gabinete, membro da Assembleia Municipal, e tem vivido toda a vida utilizando um cartão de militante, pendurado em tudo o que é questões de gestão autárquica e distrital. Isto não se faz! Isto é uma política do mais baixo possível».
Anabela Freitas, presidente da Câmara Municipal de Tomar, abordou, de forma ligeira, a intervenção de António Jorge, limitando-se a dizer que «as palavras só vinculam quem, efectivamente, as escreve».
Pedro Marques, vereador dos Independentes, outro dos visados nesta polémica, aproveitou a “deixa” de Anabela Freitas para referir que a presidente «tem de resolver esta situação», acusando Luís Ferreira de «andar toda a vida à custa da política»: «O mínimo que era expectável era que houvesse um telefonema a dizer que iam marcar uma reunião de trabalho para tal dia e perguntar se estávamos disponíveis. Eu não podia estar a adiar uma reunião que já tinha adiado duas vezes! Foi esta a razão que me fez faltar. E a senhora presidente não pode, efectivamente, dizer aquilo que disse em relação à intervenção do seu chefe de gabinete. Se ele tem o poder que tem é porque a senhora o concedeu. Quando a senhora diz que as minhas questões em relação a ele são de natureza pessoal… não têm natureza pessoal, mas sim política. É inadmissível o que este senhor disse. Se alguém andou toda a vida à custa da política foi ele. Julgo que a senhora é que deverá resolver essa situação com ele. E na próxima reunião de Câmara, aquele parecer que foi para a Assembleia Municipal há-de ser aqui discutido… e o parecer veio tarde porque o senhor presidente da Assembleia, em vez de ser autónomo e independente, guardou esse mesmo parecer. Está em causa uma situação abstracta! A questão é que um membro da Assembleia tem poderes quase executivos!».