As quatro peças da Rota Esporo que foram implementadas no concelho de Proença-a-Nova receberam visitas orientadas, a 16 de outubro, pela mão de Lara Seixo Rodrigues, dando por concluído este projeto supramunicipal que envolveu ainda os municípios de Figueiró dos Vinhos e Ansião, num projeto financiado a 100 por cento pelo Centro 2020, Portugal2020 e Feder, sem custos para os municípios envolvidos. Cabeço dos Três Marcos, Miradouro das Corgas, Padrão e Ribeira do Vale de Água (entre as aldeias do Vale de Água e do Pergulho) são os locais onde podem ser encontradas as obras de arte, todas implementadas em locais improváveis. “O que a cultura nos pode trazer enquanto desenvolvimento, mas também do ponto de vista da sociedade, é um vetor principal de crescimento e de conhecimento”, afirmou na ocasião João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova. “A cultura transporta-nos normalmente para aquilo que é belo, faz-nos sair de dentro de nós e transmitir aos outros coisas que eventualmente nós quotidianamente não conseguimos transmitir: tem essa grandeza. Mas isto em locais que normalmente não seriam prováveis para implantar esculturas”. O autarca incentiva agora a que as populações mais próximas destas obras de arte possam ser suas embaixadoras, de forma a potenciar a sua visitação – cumprindo-se o objetivo do projeto -, ao mesmo tempo que convidou a que conheçam as peças colocadas nos outros pontos do concelho e nos outros municípios que compõem a Rota Esporo. João Lobo destacou a vertente intermunicipal deste projeto e a necessidade de os territórios se unirem em redes para potenciar o seu desenvolvimento, neste caso a partir da arte. Lara Seixo Rodrigues, curadora e coordenadora do projeto, referiu que esta iniciativa estava para ser realizada em julho, tendo sido adiada devido ao impedimento de realizar atividades na floresta considerando o risco muito elevado de incêndios florestais. “A Rota Esporo apresenta-se como o resultado do trabalho realizado ao longo de 8 meses por uma dezena de artistas nacionais e internacionais que, de acordo com as suas preocupações, abordagens conceptuais e com a sua estética, desenvolveram 12 intervenções / instalações site specific, em diversos formatos, medias e temporalidades, nesses lugares singulares onde a natureza prevalece”. No caso de Proença-a-Nova, o filme documental realizado por Mariana Vasconcelos com “todos os passos desta valorização, deste despertar do território através da arte”, foi apresentado publicamente nas aldeias de Herdade e Pergulho. Foi ainda lançado o livro “ESPORO | Disseminação Cultural e Artística”, documento que condensa todas as ações que se desenvolveram ao longo dos nove intensos meses de trabalho de construção do ESPORO. Uma construção sonhada, desenhada e concretizada como alavanca para a (re)descoberta destes territórios e das suas (novas) identidades e para constituir-se como uma marca de referência para esta região do Pinhal Interior”, refere o projeto. “Este livro é também um novo olhar ou uma coletânea de olhares, dos promotores, da organização, dos artistas que nos acompanharam ao longo destes nove meses e, não menos importantes, o olhar de cada uma das pessoas, residentes ou visitantes, que se juntaram a nós nesta permanente e sempre inacabada descoberta”. O livro está disponível para consulta na Biblioteca Municipal, Bibliomóvel e respetivos polos.