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VILA NOVA DA BARQUINHA – Viagem à Sombra, de Gil Heitor Cortesão

A exposição “Viagem à Sombra”, de Gil Heitor Cortesão, vai estar patente na Galeria do Parque, em Vila Nova da Barquinha, entre 7 de outubro de 2017 e 14 de janeiro de 2018. A mostra é comissariada por João Pinharanda, no âmbito da parceria da Câmara Municipal com a Fundação EDP para a programação artística do Parque de Escultura Contemporânea Almourol (www.barquinhaearte.pt). Gil Heitor Cortesão nasceu em Lisboa em 1967, onde vive e trabalha. Concluiu a Licenciatura em Artes Plásticas-Pintura na FBAUL, em Lisboa, em 1990. Já apresentou as suas obras em várias exposições individuais e coletivas em Portugal, Espanha, Dubai, França, Suíça, Brasil, Reino Unido, Luxemburgo, Itália, Alemanha e Estados Unidos. As suas obras estão presentes em diversas coleções: Fundação ARCO, Madrid; CAM/JAP, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; EDP – Eletricidade de Portugal, Lisboa; Coleção Fundação de Serralves, Porto; Coleção António Cachola, Campo Maior; Coleção Associação Industrial Portuguesa, Lisboa; Coleção Fundação Ilídio Pinho, Porto; Coleção PLMJ, Lisboa; Museu da Cidade, Lisboa; Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Mudam Luxemburgo; Colección Navacerrada, Espanha; Fundación Barrié, Corunha.

Gil Heitor Cortesão parte de imagens que encontra em revistas de arte e atualidade, em jornais, em livros de arte, arquitetura e design; modifica-as quando baste mas procede de modo a que com elas continuemos a manter uma relação de reconhecimento (por vezes eufórico, outras vezes melancólico). Interessa-lhe fixar o momento que sem a imagem se perderia (os acontecimentos) ou insistir em imagens de longa duração (por exemplo, partindo de fotos de edifícios ou paisagens). Uniformizando as diferenças temporais entre ambas as situações, Gil Heitor Cortesão, ao mesmo tempo, anula a efemeridade do mundo pela fixação das imagens num suporte pictórico e nega a sua perenidade sujeitando-as a uma sucessão de contaminações e desgastes (por saturação, maceração, dilaceração, falhas, escorridos e arrastamentos de matéria…). Neste conjunto de pinturas temos, como dominante, a representação de habitações, embora sem que nenhuma unidade se defina: podemos encontrar tendas dos nativos americanos, casas de arquitetura popular ocidental ou casas referenciáveis a grandes arquitetos modernos. Uma segunda dominante temática é a água; ou, mais genericamente ainda, a sinalização das catástrofes que abalam essas habitações – podendo ser imensas inundações mas também um fogo devastador. Finalmente, há um interior que se percebe ter, na origem, uma imagem de intenção evidentemente demonstrativa (publicitária) do design moderno e uma outra imagem de um sereno e vasto parque urbano. De facto, do que se trata, nestas obras é de explorar alguns exemplos extremos: de apropriação cultural, de relação entre o homem e a paisagem humanizada; exemplos de controlo do mundo pelo homem ou da sua desregulação e perda de controlo. Ou seja, Gil Heitor Cortesão, tenta aproximar-se e aproximar-nos de algumas possibilidades/modalidades de habitar o mundo, demonstrando a precariedade de cada solução mas também a persistência do trabalho do pintor e de quem vê. Na exposição, repetindo-se obsessivamente ou com pequenas variações, fazendo-nos saltar de tema sem lógica aparente, mergulhando-nos ou queimando-nos (literalmente, do ponto de vista do tema visual) passamos de umas imagens a outras como se sucedem os quadros de um sonho – mas, como sabemos que, cada uma destas imagens é encontrada num banco de dados real, a inquietação que nos provocam não se atenua nem se extingue a curiosidade de continuar a (dar a) ver.

Galeria do Parque

Edifício dos Paços do Concelho de Vila Nova da Barquinha
Horário:
Quarta, quinta e sexta-feira > 11:00 às 13:00, 15:00 às 18:00
Sábado e domingo > 15:00 às 18:00
Encerra à segunda e terça-feira

Entrada gratuita