É já a partir desta quarta-feira, 1 de Janeiro, que serão abolidas as portagens na A13 e na A23, vias estruturas que atravessam parte significativa do Médio Tejo. Se há Município que sempre lutou contra a introdução de portagens na A13 e na A23, esse foi o de Vila Nova da Barquinha, que recorreu, inclusivamente, para as vias judiciais perante uma medida considerada como «injusta». Basta recordar, até, a colocação de uma providência cautelar, a 12 de Dezembro de 2011, intentada por parte da Junta de Freguesia de Atalaia, assim como duas moções aprovadas em Sede de Assembleia Municipal a 25 de Junho de 2010 e a 30 de Setembro de 2011, numa luta em que, acrescente-se, a própria Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo também fez questão de participar, com moções aprovadas em Abril de 2013 e em Maio de 2016. Na globalidade, esses documentos «tiveram como substrato, essencialmente, que a efetiva implementação dos pórticos na A13 e A23, tinha aspetos negativos que afetam a população do concelho de Vila Nova da Barquinha e toda a região do Médio Tejo, designadamente no desenvolvimento económico e qualidade de vida das populações», recorda Fernando Freire, presidente da autarquia barquinhense. E, acrescente-se, esta posição foi reforçada com dados bem concretos: «Atendendo à proximidade dos grandes centros populacionais existentes na região do Médio Tejo, referido no estudo do PTD – Plano de desenvolvimento Estratégico do Médio Tejo pela empresa Augusto Mateus Associados, como a “Cidade Média em Constelação” verifica-se uma grande circulação diária de pessoas na sua deslocação para o local de trabalho. [só na vila de Atalaia – Vila Nova da Barquinha, passaram a circular 10 mil veículos dia, segundo informação das IP, quando do antecedente nem num mês passava esse tráfego, isto devido à introdução de um pórtico de 0,5 cêntimos, que nunca compreendemos a sua colocação]! Com a introdução do pagamento de portagens na A13 e A23, passou a haver um agravamento das despesas familiares mensais, bem como, por motivos de uma maior racionalidade económica, passar a existir um aumento do trânsito dentro das localidades aumentando significativamente o tempo de deslocação, o combustível e o desgaste emocional das pessoas. Refere-se que existem deslocações dentro da região do Médio Tejo que podem chegar aos 250€ mensais, valor máximo e que as mesmas nunca serão inferiores a 44€ mensais (calculo efetuado para 22 dias). Não se considerou nesta análise os veículos de classes superiores a 1 o que indicia que as implicações financeiras para as empresas serão muito mais penalizadoras para a sustentabilidade das mesmas». Fernando Freire recorda que «o concelho de Vila Nova da Barquinha tem uma localização geográfica charneira na região pois o seu Centro de Negócios, zona industrial, localiza-se na confluência das autoestradas A13 e A23, que a partir de 1 de janeiro deixam de ser portajadas, pelo que as empresas aqui sediadas muito vão beneficiar desta medida podendo cantar hossanas por tal medida», congratula-se. «Desde a primeira hora que lutávamos em tribunal e politicamente contra esta medida injusta que agora, finalmente, vem à luz do sol, Aleluia! Mas como soe o sábio povo “mais vale tarde do que nunca”!», finaliza o autarca.