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VILA DE REI – Presidente da Câmara não esconde desalento: «Mais uma vez, voltamos a ser esquecidos após incêndios»

«Depois de Vila de Rei ter sido novamente assolado pelos incêndios florestais, tendo ardido mais de 50% do território do Concelho, destruindo propriedades, bens, fontes de rendimento, e sendo este o terceiro grande incêndio a afetar tragicamente o Concelho após os ocorridos em 1986 e 2003, esperávamos agora que o nosso Concelho fosse abrangido pelas medidas projetadas para o projeto-piloto na área florestal anunciado pelo Governo. Frequentemente apontado por todos como uma grave lacuna no planeamento do território é a inexistência de cadastro rustico dos territórios, razão pela qual, qualquer projeto-piloto deverá conter na sua base a identificação de prédios e dos seus proprietários.

Neste sentido aprovou a Assembleia da República Portuguesa a Lei n.º 78/2017 de 17 de Agosto a criação de um sistema cadastral simplificado (vulgo cadastro) para alguns concelhos. Concelhos esses que comportam os territórios afetados pelos incêndios de Pedrogão Grande (Pedrogão Grande, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Penela e Sertã) mas também outros concelhos como Caminha, Alfandega da Fé e Proença a Nova. De fato não vamos fazer qualquer paralelismo entre estas escolhas e partidos no poder autárquico, porque pensamos que todo o território nacional deveria estar abrangido por cadastro florestal e rustico há muitos anos, contudo, não podemos deixar de mostrar a nossa total perplexidade pelo fato do Concelho de Vila de Rei ter ficado novamente fora de qualquer iniciativa de ordenamento do território, e desta forma, do projeto piloto florestal.

Mais do que visitas em dias de fogo, mais do que abraços e envio de meios quando arde, queremos medidas preventivas, queremos ordenamento, queremos cadastro florestal.

Então que faz o Governo e a Assembleia da República?

Excluem Vila de Rei da realização de cadastro florestal, quando o mesmo já existe nos concelhos do distrito de Santarém desde a década de 60, e se atribui (e bem!) à Sertã e a Proença a Nova, deixando-se mais uma vez Vila de Rei para trás, e a constituir-se como uma ilha, uma ilha de esquecimento do poder central, uma ilha de potenciação de incêndios para os seus vizinhos.

Mas será que quem projeta estas coisas não percebe a falta de lógica, a falta de planeamento, e os perigos que se continuam a potenciar?

Perguntamos, será que 3 grandes incêndios como os de 1986, 2003 e 2017 não chegam para que se realize o cadastro florestal em Vila de Rei?

Exigimos respeito pelo povo Vilarregense, e que de uma vez por todas sejam dados os instrumentos necessários para um correto ordenamento florestal.

Exigimos planeamento, e que não se lembrem de nós só quando arde!»

Ricardo Aires, presidente da Câmara de Vila de Rei