O Teatro Virgínia apresenta, no próximo sábado, 14 de maio, a peça de teatro O Cão Que Corre Atrás de Mim (e o Avô Elísio à Janela), com criação e interpretação de Filipe Caldeira. Com início às 11 horas, a atividade destina-se a crianças dos 3 aos 6 anos e tem lotação limitada a 60 pessoas. Na sinopse do espetáculo pode ler-se que este trabalho «é um retrato-memória da infância escrito a quatro mãos (duas mãos que não param quietas; outras duas que as acompanham e observam), em que há espaço para o medo, o risco, a rua, um cão que ladra (e talvez morda) e um avô à janela capaz de nos proteger pelo canto do olho. “Caco, porque é que estás a trepar?”, perguntava o meu avô Elísio. “Porque me chamo Caco, Caco, Caco…”, dizia eu a imitar o eco. O meu nome atirado contra uma montanha partir-se-ia em mil bocados. Quero dizer, em cacos. Talvez não seja o nome mais respeitável do mundo. Um nome que é um pedaço de uma coisa partida. Mas é o meu.». Na véspera, sexta-feira, haverá duas sessões para escolas.
Filipe Caldeira nasceu em Vila do Conde, em 1982. Inicia em 2000 o seu estudo em manipulação de objetos, de uma forma empírica e focada na técnica que serve uma crueza fortemente influenciada pelo circo finlandês. Desenvolve um particular interesse na sinergia entre o corpo e o objecto, reposicionando-se na relação hierárquica entre estes dois elementos. Ao longo dos anos de prática o seu interesse vai-se desviando do virtuosismo técnico, dando primazia ao imaterial, ao corpo e à voz como gatilhos autónomos. Assim o seu posicionamento face ao circo, dança e teatro tornou-se alvo de auto questionamento. Resultando numa linguagem híbrida e num virtuosismo distorcido, de um corpo que se forma e deforma com a experiência.
Em 2005 inicia-se profissionalmente como autor e intérprete e desde então tem participado em projetos nomeadamente com Joana Providência (Catabrisa, 2012); Luciano Amarelo (Malacorpo, 2010); Anna Stistgaard (Meu Coração Viagem,2009; Feliz Idade, 2010); Teatro do Frio (Utópolis, 2010); Radar 360º (Histórias Suspensas, 2011;Baile dos Candeeiros,2008); Companhia Erva Daninha (Fio Prumo, 2008;50 ou Nada, 2010; Aduela, 2013); Casa da Música (Abracadabra 2012); Comédias do Minho (Chuva, 2014; Uivo, 2014).Em 2015 cria o espetáculo Abutre, encomenda da Fundação Lapa do Lobo. Atualmente é artista residente 2015/2016 para a Circular – Associação Cultural. A última criação conta com a coprodução do Teatro Maria Matos e do Teatro Municipal Rivoli.