«Outra Língua», um dos espetáculos que integra o projeto Odisseia Nacional do Teatro D. Maria II, sobe ao palco do Teatro Virgínia, em Torres Novas, na próxima sexta-feira, a partir das 21h30. A peça, com Keli Freitas, Nádia Yracema, Tita Maravilha e Raquel André, tem o custo de 7,5 €, sendo aplicáveis descontos. Para além de uma sessão para escolas na sexta-feira de manhã e da sessão para público geral, decorrerão também, por estes dias, duas oficinas de participação gratuita, em torno do espetáculo. A língua é portuguesa? Que língua falamos afinal? Todas as pessoas que falam português podem dizer que falam a mesma língua? E a(s) nossa(s) língua(s), o que diz(em) sobre nós? Outra Língua é um projeto criado por mulheres de Angola, Brasil e Portugal, onde habita a consciência de que uma boa parte do que somos depende dos nossos atravessamentos por esse conteúdo simbólico – a língua – que nos precede; que é através dela que configuramos tanto as nossas visões do mundo quanto as nossas possibilidades de compreender o que tem acontecido, e quem somos nós. Uma performance-conferência em que, a partir da experiência de falantes de português de diferentes países, questionamos se a nossa língua mãe é a mesma e se, intervindo sobre ela, podemos alterar a realidade que descreve. Outra Língua tem a audiodescrição garantida através do Projeto de Acessibilidades da Dançando com a Diferença. Durante o ano de 2023, o Teatro irá disseminar a sua atividade artística, envolvendo as populações, os agentes culturais e as administrações autárquicas de mais de 90 concelhos. Tal como a epopeia homérica, esta Odisseia Nacional é também um retorno ao espaço onde sempre residiu a missão pública do D. Maria II: a amplitude do território nacional. A programação desta odisseia procura democratizar exponencialmente a oferta teatral, fomentando a criação artística local, com projetos intergeracionais e inclusivos, que refletem a diversidade do país, a partir de escalas regionais. Propõe-se, ainda, a relacionar o pensamento contemporâneo com as identidades locais, aproximando as comunidades de novas linguagens artísticas.