Foi ontem inaugurada oficialmente uma horta vertical no Estabelecimento Prisional de Torres Novas, composta por 40 torres agrícolas modulares, com cerca de três metros de altura, que deverão tornar aquela prisão mais verde. Intitulado “Horticultura Vertical, Solidariedade Horizontal”, este projeto piloto de combate à pobreza e exclusão social é liderado pela ONG nacional Abundant Quotidian Associação (Upfarming), com financiamento do Prémio BPI Fundação “la Caixa” Solidário 2022, da Race for Good e de um grupo de doadores privados – e deverá ter um impacto direto na vida de mais de uma centena de pessoas: por um lado, a inserção na vida ativa e a capacitação de 41 reclusos em final de pena, que terão formação certificada em agricultura sustentável, além da melhoria da qualidade nutricional das refeições produzidas na cozinha daquela prisão; por outro, 100 famílias carenciadas daquela cidade beneficiarão da distribuição gratuita de cabazes de verduras frescas, plantadas e colhidas pelos reclusos. Desenvolvido e implementado pela Upfarming, este projeto materializa-se com a instalação de uma horta vertical composta por 40 Towers Farms (da empresa norte americana Agrotonomy): um sistema de cultivo aeropónico, cuja técnica de produção acontece sem terra, sendo as plantas alimentadas por uma solução mineral composta por água misturada com nutrientes naturais. Estas inovadoras torres são modulares e podem ser instaladas ao ar livre (como acontece no EPTN), dentro de uma estufa, no interior de um edifício (recorrendo a luzes LED) ou num terraço. Têm uma altura máxima de 290 cm de altura, cada uma ocupando 1 metro quadrado, incluindo o espaço de trabalho, e representam uma poupança de cerca de 95% em água e 90% em espaço, quando comparado com agricultura convencional. A estas vantagens somam-se ainda a versatilidade nas culturas que produzem (frutíferas, folhas verdes, ervas aromáticas e microverdes), a rapidez com que o fazem, e o facto de primarem por instalação e manutenção fáceis. Serão os reclusos, num trabalho conjunto com os guardas prisionais, que ficarão responsáveis pela gestão da horta vertical, que tem potencial para produzir, aproximadamente, entre 4 a 8 kg por mês, por torre, e até 52 plantas por unidade, tais como alfaces, acelgas, agriões, espinafres ou manjericão. Foto Armando Jorge Mota Ribeiro