Foi aprovada, por unanimidade, na reunião camarária de 22 de novembro, a participação do município no projeto GoFigoGlobal, uma plataforma integrada para a comercialização de figo português em fresco e em novos produtos processados. Considerando o atual subaproveitamento da cultura da figueira no concelho, face às alterações abruptas do sistema produtivo, sobretudo no que respeita ao destino comercial, os parceiros pretendem desenvolver ações que promovam o aproveitamento das mais-valias locais, nomeadamente as condições de solo e clima, rentabilizando esta atividade agrícola.
Existe atualmente uma evidente discrepância entre a área de figueiral e a respetiva produtividade justificada pelo abandono dos campos, pela estrutura fundiária muito baseada em explorações familiares de pequena dimensão, pelo envelhecimento de agricultores com fraca formação e pouco propensos ao uso de novas técnicas e ainda pela falta de informação e de capacidade de negociação e integração nos mercados atuais. Por outro lado o figo é um fruto muito perecível e de difícil conservação e comercialização em fresco, não sendo expressivos os números relativos à sua exportação. Recentemente alguns produtores têm apostado nesta cultura, acreditando que é possível obter bons resultados, desde que modernizando o seu sistema produtivo.
Assim, em colaboração com instituições públicas e privadas, têm procurado definir um plano de intervenção com a finalidade de demonstrar aos agricultores como melhorar a produtividade dos seus figueirais e o valor acrescentado dos seus produtos. Desse esforço conjunto, e tendo em conta as atuais políticas de apoio, resultou a apresentação de um projeto de financiamento, enquadrado na ação «Grupos Operacionais», da medida «Inovação», integrada na área de «Inovação e Conhecimento» do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PDR 2020).
São objetivos da presente parceria implementar uma plataforma informática interativa de recolha e centralização de informação sobre o figo e respetivos mercados, desenvolver novas embalagens e revestimentos comestíveis que permitam aumentar o período de vida útil e melhorar a apresentação ao consumidor do figo fresco de Torres Novas, por forma a expandir o mercado e comercializar novos produtos de figo em larga escala e, por fim, desenvolver ações de sensibilização visando a reorganização progressiva e expansão do setor através da articulação dos produtores e o escoamento da produção a preços mais compensadores.
O Instituto Superior de Agronomia (ISA) é designado como entidade coordenadora do grupo operacional e responsável pela gestão administrativa e executiva da parceria. Os restantes parceiros são as empresas Rosagro Lda e Leonor Rodrigues Unipessoal Lda, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), a Associação para o Desenvolvimento da Agro-indústria (ANIMAFORUM), a Associação QUALIFICA/oriGIn Portugal, o Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN) e o Município de Torres Novas, a quem cabe a responsabilidade de divulgação do projeto.