A peça Hamlet Talvez, a partir do texto de William Shakespeare, será apresentada pela companhia João Garcia Miguel no próximo sábado, dia 19 de março, às 21h30, no Teatro Virgínia em Torres Novas. Depois de Burgher King Lear (2006), premiado internacionalmente, de Romeu & Julieta (2011) que se apresentou em vários países europeus e o mais recente Open Hamlet (2013) projeto de reescrita do texto de William Shakespeare, João Garcia Miguel fez uma adaptação de um clássico do teatro europeu.
Hamlet é um obcecado que dá cabo desta coisa toda. Toma drogas, vê e ouve coisas e tem desejos de vingança inconsoláveis. É um poeta do existir e gosta de música e das artes em geral. Dele depende muitas coisas se bem que ninguém sabe ao certo o quê Tanto quer mudar o mundo como destruí-lo. «Abordámos Hamlet como um texto religioso testemunho de lugares estrangeiros. Ali procurámos ajuda para os enigmas do viver e auxílio para modificar o que vemos acontecer em nós. Dentro e fora de cada um. Ser atingido por estes testemunhos é possuir uma máquina de espreitar para o nosso interior. É essa talvez a razão por que escolhemos fazer Hamlet, porque acreditamos nas artes como um sistema de resistência contra a destruição da alma que é o que nos preserva enquanto natureza, animal e humano.», afirma João Garcia Miguel
Liberdade e Teatro são os dois eixos que presidem às atividades de criação, formação e difusão da companhia João Miguel Garcia, acreditando que o exercício diário de conquista da liberdade individual é concomitante com o aumento da liberdade dos que nos rodeiam. É esse o binómio que delimita e define a qualidade e ambição da companhia: que os outros possam ser cada vez mais livres. João Garcia Miguel iniciou a carreira profissional nos anos 80 percorrendo diferentes expressões artísticas. É um dos fundadores dos coletivos artísticos: Canibalismo Cósmico, Galeria Zé dos Bois e OLHO – Associação Teatral, da qual foi diretor artístico entre 1991 e 2002. Em 2003 fundou a Companhia JGM e inicia percurso como artista investigador. Em 2008 é nomeado Director Artístico do Teatro–Cine de Torres Vedras. É artista associado do Actor’s Center de Roma e Milão, Itália. Desde 2002 envolveu-se numa vertente académica ligando-se à docência e à investigação. Desde 2007 desenvolve investigação, na Universidade de Alcalá de Henares, na Universidade de Granada e agora na FBAUL, Faculdades de Belas Artes de Lisboa centrando a sua tese sobre o corpo do artista e as noções de sacrifício e empatia. Recebeu em 2008 o prémio FAD Sebastià Gasch.