De 14 de outubro a 27 de novembro, a Praça do Peixe, em Torres Novas, vai acolher uma exposição de pintura de José Vassalo, denominada «Músicos», complementada por um vasto ciclo de concertos com todas as bandas filarmónicas do concelho. A inauguração terá lugar na próxima sexta-feira às 21h30.
José Vassalo (José António Vieira Vassalo Pereira) nasceu em Lisboa em 1944. Provém de uma família cujo ramo materno se instala em Torres Novas (Lapas), no início do século XIX, e constituiu algumas empresas familiares sediadas no concelho torrejano. Inicia-se muito cedo na pintura em “ateliers” privados. Cursa Matemáticas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e parte para Paris em 1965. Faz doutoramento de Estado em 1971 (Universidade de Paris), provas de agregação em 1977 e torna-se professor catedrático na Universidade de Lisboa (FCUL). Regressado a Portugal, durante mais de três décadas reparte a sua atividade pela carreira de professor e investigador científico e pela administração das empresas familiares. Em 1981 retoma definitivamente a pintura no seu “atelier” da Quinta de Santo António, Rio de Mouro, onde residiu até à data da sua morte em 2016, e onde se encontra reunida quase toda a produção plástica, constituída aproximadamente por 500 óleos, acrílicos e colagens, 250 pastéis secos, 150 pastéis de óleo, e um número indeterminado de grafites, textos e documentos vários, na situação singular de deliberadamente nunca a ter exposto e confrontado em público, só aberta ao conhecimento e cedência a um círculo restrito de amigos, com uma única exceção, o díptico A glória de Deus, A cólera de Deus, instalado em 2008 na cripta da Igreja Paroquial de São João de Deus, em Lisboa.
Segundo Luís Vassalo Rosa, primo do artista e legatário da sua obra, os temas dominantes dos quadros incluem-se no que designou “ciclos”, desenvolvidos em simultâneo. Muitas das obras são sucessivamente retomadas no decurso de uma permanente reflexão autocrítica da sua composição, aprofundamento da técnica de execução e vigilância da sua estabilização material no tempo. A vida de cada obra é metodicamente registada nos seus ficheiros, o que permite hoje a sua inventariação e o estudo detalhado do seu percurso criativo.
São múltiplas e explícitas as referências fundadoras das suas obras, desenvolvidas com uma grande unidade e sem concessões a correntes de estilo e segundo uma visão muito própria, o que fixa a sua singularidade. Em cada obra está presente a investigação e reflexão crítica e sensorial do tema representado e a influência dos mestres tutelares, servida por uma sólida técnica de execução. Os mestres tutelares da pintura, do pensamento e da busca de Deus, a que associa a música, constituem a matriz da fração da sua obra plástica agora exposta, que se integra no legado “in memoriam do seu tio-avô Manuel Vieira Borga Sobrinho” ao Museu Municipal Carlos Reis de Torres Novas.
Programa de concertos associado à exposição:
14 de outubro, 21h30 – Sociedade Filarmónica Lealdade União Ribeirense
16 de outubro, 16h00 – Sociedade Filarmónica União Pedroguense
23 de outubro, 16h00 – Sociedade Filarmónica Euterpe Meiaviense
30 de outubro, 16h00 – Banda Operária Torrejana
6 de novembro, 16h00 – Centro Recreativo e Musical do Outeiro Grande
13 de novembro, 16h00 – Sociedade Filarmónica União Matense
20 de novembro, 16h00 – Sociedade Musical União e Trabalho
27 de novembro, 16h00 – Sociedade Velha Filarmónica Riachense