De 7 de setembro a 26 de outubro, estará patente na Praça do Peixe, em Torres Novas, a exposição de pintura «Reencontro de tempos», de Gomes Pereira e Luís Mota. A exposição representa um momento relevante: celebrar as artes. Decorridos 47 anos ajustam-se, o Reencontro e o Encontro, envolvendo os artistas e o público numa viagem comemorativa, criativa, colaborativa, inclusiva. Praticar as artes e os diálogos delas, é o foco. Reencontrar os que seguem os percursos artísticos e sociais dos autores e encontrar novas gerações, é sua natural consequência. José Alberto Gomes Pereira, nasceu eu Riachos em abril de 1943. É uma figura singular da pintura. Com 11 anos de idade, vai com os pais e irmãs para Lourenço Marques (atual Maputo), Moçambique, onde se iniciou nas Artes Plásticas, revelando-se com o seu traço a nanquim. Em Agosto de 1965, entre três dezenas de Artistas, na sua Primeira Exposição Colectiva, conquista o 1º Prémio de Desenho, com a Obra “Balada de Breu”, inspirada nas baladas de Zeca Afonso. Considerado «Persona Non Grata» (1970) pelo governo da República da África do Sul, por infringir a lei do Apartheid, foi impedido de rumar a Johannesburg, onde já tinha sido admitido na Escola Superior de Belas Artes, após exames de admissão. Dedica-se à Criação Publicitária na INTER – Agência Intercontinental de Publicidade, em Moçambique, mantendo sempre atividade nas áreas do desenho, pintura e escultura, bem como na fotografia e no cinema. Retorna a Portugal logo após a Revolução dos Cravos, em 1974. Passa a expor com regularidade, desenvolvendo temas e técnicas no universo das galerias, em mostras coletivas e individuais. Em novembro de 1976, convida o amigo e artista Masofi, a participar consigo naquela que foi a Primeira Exposição de Artes Plásticas de Riachos, tendo apresentado em conjunto mais de 100 obras, no Salão de Festas da Casa do Povo. Dirige os Estúdios de Arte e Criação Gráfica da Editora “Publicações Europa-América” até 1986.
De 21 de junho a 12 de julho de 1997, a convite de Luís Mota, regressa a Riachos com as suas obras, para inaugurar o “Ciclo de Exposições do Museu Agrícola”, tendo apresentado uma mostra de 67 trabalhos sob o título genérico de “O Zero e o Infinito”. Em julho de 2010 executa, por encomenda de Danny Hillis, uma obra a que deu o nome de “The Clock of The Long Now” – O Relógio da Long Now – para a Fundação Americana “Long Now Foundation”. Continua a expor com regularidade e está representado coleções particulares em Portugal e em outros países da Europa, África e América. Luís Mota nasceu a 18 de dezembro de 1956, em Riachos, e expõe desde 1977. De acordo com a sua biografia, «Crio trabalhos artísticos em paralelo com a vida profissional. Sou Professor Coordenador no Instituto Politécnico de Tomar. A entrada nas Artes iniciou-se quando descobri que gostava e necessitava de desenhar e pintar, de criar objetos.» Licenciou-se em História da Arte, em 1987, e foi assistente no IAO- Instituto de Artes e Ofícios da FRESS-Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, na cadeira de Desenho de Ornato. Na ESAD-Escola Superior de Artes Decorativas lecionou nos cursos de Artes Decorativas e de Arquitetura de Interiores. Desde 1991, leciona no curso de Conservação e Restauro, cadeiras tais como Técnicas de Reprodução, Métodos de Representação, Técnicas de Produção Artística, entre outras. Desde 1996, acumula funções docentes no curso de Gestão Turística e Cultural na Escola Superior de Gestão de Tomar, lecionando Metodologia da Investigação, Turismo Patrimonial, História da Arte, Gestão Autárquica de Recursos Turístico-Culturais, Projeto, entre outras. Passaram 47 anos desde que recebeu o primeiro convite de Gomes Pereira para integrar uma exposição de artes plásticas. Aconteceu em 1977, na Casa do Povo de Riachos. «Com essa memória presente, procuro corresponder, hoje, a tão prestigioso convite com estima artística e pessoal. Na perceção sobre o meu trabalho impõe-se, naturalmente, a ideia de “uma viagem interminável…”. É a viagem pela vida que nos distingue, também artisticamente, nas nossas singularidades. Nas obras que exponho revelam-se duas experiências intrincadas entre si: a do profissional académico, Luís Mota Figueira, professor no Instituto Politécnico de Tomar e a do criativo, Luís Mota, nascido ribatejano, mas cidadão global, inventando e partilhando histórias…» A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 14h às 18h.