Dezenas de pessoas marcaram presença na vigília que decorreu, na última sexta-feira, em prol do Hospital Rainha Santa Isabel, em Torres Novas, numa organização da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo. Registo, na ocasião, para a aprovação de uma Moção, que a Hertz transcreve, de seguida, na íntegra:
«Considerando que a vida provou que as sucessivas “reorganizações” do Centro Hospitalar do Médio Tejo e do ACES Médio Tejo, nos últimos anos trouxeram mais sofrimento e ansiedade a cada vez mais pessoas na Região.
Considerando que piorou o acesso aos cuidados de saúde, a concentração de serviços não correspondeu a mais qualidade, as distâncias que doentes e familiares têm de percorrer implicam mais sofrimento físico e mais despesas.
Considerando que cada vez há mais utentes sem médico de família (mais 5 500 nos últimos seis meses) e que faltam recursos humanos, equipamentos e outro material nas unidades de saúde.
Considerando que a tentativa de criar um Grupo Hospitalar do Ribatejo (que inclua os 4 hospitais do distrito de Santarém) é um processo com que o Governo, antes das eleições, quer empurrar para os utentes os problemas que criou com as “reorganizações” dos cuidados hospitalares e nos Centros de Saúde.
Os cidadãos do Médio Tejo reunidos na VIGILIA POPULAR, no dia 26 de Junho de 2015, em TORRES NOVAS decidem:
Reafirmar que o Centro Hospitalar do Médio Tejo deve estar ao serviço da população numa lógica de complementaridade e equilíbrio regional, sendo para isso fundamental um programa excepcional de contratação de pessoal e a revisão das condições de financiamento.
Reivindicar nos hospitais de Torres Novas, Tomar e Abrantes: Melhor serviço de urgência! Medicina Interna, Cirurgia e Pediatria! Valorização das valências existentes!
Afirmar a necessidade da melhoria dos serviços nos Centros e Extensões de Saúde, nomeadamente com a contratação de mais profissionais, e a sua articulação com os Cuidados Hospitalares e Cuidados Continuados.
Recusar a criação de um Grupo Hospitalar do Ribatejo que mais não visa que o encerramento de especialidades (p.e. maternidade, ortopedia), resultando daí a dispensa de trabalhadores e cuidados de saúde mais longe, mais caros e com menos qualidade.
Manifestar a sua disponibilidade para, em conjunto com todos os cidadãos e entidades interessadas, continuar a luta por cuidados de saúde de proximidade e qualidade».