Carlos Ramos, vereador na Câmara de Torres Novas, admitiu ter aproveitado uma ‘sobra’ de um lote de vacinas para receber a primeira dose da vacinação contra a covid19. Em declarações ao mediotejo.net, o responsável pelo pelouro da Protecção Civil diz-se de «consciência tranquila», reforçando que a ‘sobra’ foi aproveitada… caso contrário «iria para o esgoto». Entretanto, na sequência desta polémica, o Bloco de Esquerda de Torres Novas já emitiu um comunicado onde refere que o vereador Carlos Ramos «não tem condições para continuar no cargo», acusando-o, assim como ao presidente da Câmara, de «omitirem a situação, demonstrando que pretendiam ocultá-la e que reconhecem a sua ilegitimidade», lamenta o BE. O referido texto informa que o Bloco «confrontou o presidente da Câmara com esta situação insustentável que só poderia resolver-se com a demissão imediata do vereador Carlos Ramos, cujo comportamento configura um desrespeito total pelos princípios políticos e morais que devem nortear a ação dos responsáveis políticos, para mais num quadro como o que vivemos em que nada deverá pôr em causa a confiança dos cidadãos e cidadãs na administração pública». «O presidente da Câmara, por seu lado, não concretizou em tempo útil qualquer ação no sentido de mostrar ao seu vereador que só tinha um caminho e que esse caminho era, e é, a sua demissão do cargo do vereador. Não estando na linha da frente do combate ao covid-19, já que é apenas o responsável político pelo Gabinete de Proteção Civil municipal, o vereador Carlos Ramos deitou por terra a sua credibilidade política, que atinge toda a vereação, e a confiança dos torrejanos e torrejanas». O Bloco de Esquerda considera que o vereador Carlos Ramos «não tem condições políticas para continuar no cargo de vereador do município de Torres Novas, e que deve colocar o seu lugar à disposição. Atribui ainda ao presidente da câmara a gravosa responsabilidade de encobrimento de toda esta situação, tendo omitido os factos que eram de seu conhecimento na reunião de câmara pública, de 9 de Fevereiro».