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TORRES NOVAS – Aurélio Lopes apresenta «De Atégina a Maria» na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes

No próximo dia 11 de junho, sábado, a partir das 15h30, a Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes (BMGPL), em Torres Novas, acolhe a apresentação do livro «De Atégina a Maria – O sagrado feminino no território português», a mais recente obra de Aurélio Lopes. Professor do ensino superior, Aurélio Lopes é licenciado em Antropologia Social, mestre em Sociologia da Educação, doutorado em Antropologia Cultural pelo ISCSP – Instituto Superior de Ciências Sociais e Humanas, Coordenador do Fórum Ribatejo e das coleções Raízes e Antropologia da Editora Cosmos. Tem-se debruçado sobre a cultura tradicional, especialmente no que respeita à Antropologia do Sagrado e às suas representações simbólicas e festivas, práticas tradicionais culturais e cultuais, nomeadamente no que concerne à religiosidade popular e às suas relações sincréticas com raízes ancestrais e influências mutacionais modernas. Sobre a obra que apresenta na BMGPL, «Das brumas de uma proto-história ainda transcendentalmente pouco sustentadas surgem-nos, no território português, inúmeras divindades femininas, que se evidenciam como elementos determinantes das respetivas culturalidades. Com a implantação do Cristianismo, tudo isso há-de mudar. Num processo longo e turbulento (feito de prescrições, castigos e estigmatizações), a especial propensão da mulher para o sagrado será sujeita a um corpo de interdições contranatura que a afastarão das funções do sagrado até aí exercidas. Criar-se-á, contudo, uma situação peculiar: uma religião centrada no poder masculino. Em contacto com sociedades em que a mulher desempenha, desde tempos ancestrais, um papel preponderante, através delas, irá sofrer uma intensa e continuada pressão devocional que, no entanto, não conseguirá prevalecer a menos que dirigida especialmente à Mãe de Deus, condição essencial para se vir a impor como divindade superior do universo cristão. A Mãe irá, de novo, absorver o Filho e remetê-lo para as formalidades canónicas e doutrinárias, pouco propensas à relação devocional.»