A equipa do Volt em Tomar, em comunicado enviado para a redação da Hertz, saudou a Câmara Municipal Tomar «pela iniciativa de Revisão do Plano de Pormenor da Alameda 1 de Março e da Rua João dos Santos Simões e felicita todas as contribuições e participações cívicas de quem na discussão pública fez parte». Nesse mesmo texto, é feito o apelo ao executivo para «que tenha em real conta as sugestões dos cidadãos, pois não existem sugestões mais construtivas do que as dos habitantes». O Volt defende políticas «baseadas em conhecimento científico e nos melhores exemplos produzidos na Europa, e não só, devidamente adaptadas ao contexto local ou nacional. Somos um partido ecologista e que vê no planeamento urbano um ponto preponderante para o desenvolvimento local e para a sustentabilidades urbana», reforça o comunicado que, de seguida, transcrevemos na íntegra: «Assim sendo, todas as alterações que sugerimos têm como base, o contexto local e memória colectiva, bem como as melhores práticas arquitectónicas e urbanísticas que contribuem para a poupança de energia, diminuição de gases de efeito de estufa, maior segurança dos cidadãos, promoção do convívio social e intergeracional, a garantia de Direitos constitucionais que ainda não se verificam e que levam a maior justiça social e económica entre os cidadãos, como o Direito à Habitação. Neste sentido, o Volt executou uma contraproposta do Plano de Pormenor da Alameda 1 de Março, da Rua João dos Santos Simões, Rua da Carrasqueira e Rua os Voluntários da República. Afirmamos que não existem projectos certos ou errados e/ou acabados no tempo, logo as sugestões que fizemos à Câmara Municipal de Tomar partem do pressuposto da melhoria da proposta actual. Como se observa pela planta e legenda, o Volt definiu a sugestão de alterações na contraproposta que apresentamos por ordem de prioridade. Alterações na Alameda 1 de Março:
1- A projecção de ciclovias na Alameda 1 de Março que façam conexão com a nova ciclovia que acaba na Rua Coronel Garcês Teixeira, ao invés do proposto nas áreas verdes centrais da Alameda que levarão ao inevitável abate de árvores, além de que evitamos o inexplicável final da ciclovia proposta, junto da Junta de Freguesia, que colocaria os velocípedes em contramão com a circulação automóvel. 2- Mais elementos arbóreos, arbustos e as árvores são elementos verdes que necessitamos para combater as alterações climáticas e têm inúmeras vantagens, como a absorção de águas pluviais que ocorrerão menos vezes, mas com maior intensidade, contribuindo para evitar cheias. Também estes elementos enchem o campo de visão dos condutores de automóveis, o que leva ao abrandamento de velocidade, consequentemente maior segurança da população e menos emissões poluentes. Esta sugestão é também aplicada às restantes ruas da proposta, as árvores foram colocadas segundo a Carta Solar, de forma a evitar a incidência de luz solar nos alçados Sul e Oeste do edificado pré-existente e novo, desta forma os habitantes irão poupar em sistemas de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), trazendo ganhos económicos e ambientais às famílias. Sugerimos alguns locais para parques de estacionamento de velocípedes que funcionem através de app móvel, tanto poderá ser concessionado a privados, como criada uma rede pública à semelhança de Aveiro ou da Figueira da Foz. Alterações nas Rua João dos Santos Simões, Rua da Carrasqueira e Rua dos Voluntários da República:
1 – Alteração do local de implantação do “Novo edificado alterado” a encarnado na planta, que correspondem aos edifícios P1, P2, P3 e P6 na proposta camarária e seguem a lógica romana que moldou o centro histórico de Tomar em eixos perpendiculares, cardus e ecumanus. Estes 4 edifícios deverão ter estacionamento semienterrado para os habitantes dos mesmos de forma a vagar os lugares de estacionamento exteriores para outros habitantes e visitantes, a proposta do Volt acaba por ter mais lugares de estacionamento do que a proposta actual, uma vez que damos primazia ao estacionamento em espinha. Para o Volt é importante que as coberturas destes e outros novos edifícios tenham cobertura planas e não inclinadas com duas águas, uma vez que a instalarem-se painéis fotovoltaicos estes obtêm maiores ganhos energéticos na primeira tipologia. Propomos ainda que estes edifícios façam parte do Parque Público de Habitação de forma a combater a especulação de preços imobiliários no centro de Tomar, como é normal acontecer em cidades turísticas que não têm habitação pública no centro urbano, ao contrário do que acontece em Viena ou Estocolmo. Habitações sociais para quem tem menores rendimentos e de arrendamento acessível para a classe média, que vive um momento de asfixia por diversos factores que se prolongarão no futuro.
2 – Com a malha urbana sugerida faz sentido a Rua da Carrasqueira prolongar-se e como tal eliminar a parte central da Rua dos Voluntários da República, sendo que esta daria espaço ao novo Parque José-Augusto França, com áreas verdes e mobiliário de ginástica e uma área de arrefecimento com pequenos jactos de água como vemos na Alemanha, Chéquia e Lituânia. Ou seja, o Volt desloca este espaço verde para Norte.
3 – Outra das consequências da nossa malha urbana é a criação de duas áreas para usos colectivos no logradouro criado, algo de que sentimos falta na proposta da Câmara em que propõem apenas alguns apontamentos de áreas verdes. Na nossa proposta prevemos o Parque Intergeracional Eusébio da Silva Ferreira a Norte do logradouro. Este contém um Parque Infantil, um Jardim de Convívio com mesas e bancos, área verde e um quiosque/cafetaria com esplanada. Estes usos ao invés de excessivo estacionamento junto do edificado contribui para menos poluição sonora dos habitantes e maior descanso dos mesmos. Na zona Sul do logradouro propomos que, caso o novo local do Skatepark junto da estação ferroviária continue num impasse ou não se realize de todo, se construa aqui o novo Skatepark de Tomar, devido à centralidade e contributo para a intergeracionalidade do logradouro, mas principalmente pela segurança que este local apresenta. É comum ocorrerem acidentes, muitos até mortais, de jovens skaters junto de linhas de comboio. Por uma questão de prevenção, e estranhamos o executivo não ter colocado este tema em cima da mesa, sendo que as próprias exigências das Infraestruturas de Portugal são vedações por questões de segurança (o que é preocupante), e salvaguardar as vidas das nossas crianças e jovens ponderámos que este local é muito mais adequado.
4 – Sugerimos que seja criado o primeiro “superquarteirão” de Tomar, como apresentado na planta e que nele todas as vias automóveis sejam Zona de Coexistência. Por norma, nestas ruas os automóveis percorrem-nas a baixa velocidade devido à constante procura de estacionamento, assim faz sentido pela pouca diferença esta alteração de fundo à circulação urbana na zona, permitindo que as ruas voltem aos seus utilizadores originais, os peões. À velocidade máxima permitida numa Zona de Coexistência (20Km/h) a mortalidade em casos de acidentes é praticamente nula.
Concluindo, este foi o contributo do Volt para assegurar um centro urbano do futuro nestas ruas, poderíamos ter ido ainda mais longe, porém as alterações de costumes devem ser lentas, para que a sociedade se adapte a elas, bem como elas se adaptem à receptividade da sociedade. O resultado parte do contributo de vários Volters da área da Arquitectura, Engenharia e Ambiente, sendo o desenho final da responsabilidade do Volter tomarense Ricardo Martins Antunes, estudante de Mestrado em Arquitectura com especialização em Interiores e Reabilitação do Edificado». Ricardo Martins Antunes