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TOMAR – Vinho Castelo Templário da Adega Casal Martins: «Está na hora de homenagear a cidade de Tomar»

“É aqui que vivemos e iniciámos o nosso percurso profissional na viticultura e é aqui que queremos ficar a trabalhar” Foi assim que Anca Poiana Martins, que chegou Portugal em Dezembro de 2002, nas cidade na cidade de Lasi no nordeste da Roménia apresentava o seu novo vinho “ O Castelo Templário” em homenagem a esta cidade do Nabão que desde 1160 tem o seu castelo edificado por Gualdim Pais. Melhor local não podia haver e dentro das Muralhas e num Convento Património Mundial da Unesco, não na sala dos Frades e das talhas onde em tempos vinificaram o néctar dos Deuses, mas na cafetaria e perante cerca de 120 convidados e com um orgulho dos seus pais, vindos da Roménia, na nossa língua de camões que domina, Anca juntamente com seu marido Vitor Martins era uma mulher nervosa mas muito feliz. Filha de os meus pai Dumitru Poiana e contabilista e empresário e a sua mãe Maria Poiana e professora, casou na Roménia com Vitor Martins “Girassol” natural da Fontinha Algás e numa cerimónia pelo civil em Portugal, momentos felizes que na altura registei como “fotógrafo oficial”. Depois de trabalhar na restauração em Portugal a pulso licenciou-se em engenharia de ambiente no IPT de Tomar e iniciou depois o mestrado em enologia e viticultura no Instituto Superior de Agronomia em Lisboa e depois abriu a sua adega, na Fontinha/Algás tudo ideia do meu seu marido sempre a “empurrar-me para esta área” Investindo em vinhas proprias e arrendadas e numa moderna adega, com a mais moderna tecnologia, a área de vinha ronda os 30 hectares e vinificam à volta de 100.000 L. Este ano com a nova adega espera vinificar aproximadamente 250.000 Litros. Depois das marcas mais paternalistas como D. Anca e Caves do Ghira, agora uma “marca que homenageia a cidade de Tomar” e leva o seu nome nos rótulos. Daí a presidente da Câmara – Anabela Freitas ter referido e bem “ a escolha do título homenageia um monumento de Tomar de Portugal e do mundo e tudo começou neste castelo como linha de defesa, e oxalá os vinhos da Anca sejam uma linha de defesa dos vinhos de Tomar neste competitivo mercado”. O prof de microenologia do Instituto Superior de Agronomia, Manuel Malfeito Ferreira, antes recordou a tenacidade desta simpática empresária e enóloga, referindo “a primeira vez que a Anca chegou às aulas a Alcântara, vi logo a sua energia. Depois via que levava na sua mochila (e não chegava de carro ao Instituto), várias garrafas de vinho, para se provar e discutir sobre o mesmo. Soube que saía de Casais/Tomar de carro até ao Entroncamento, tomava o comboio e saía em Santa Apolónia e depois até Alcântara, enquanto meninos de bem perto de Lisboa, e que iam de carro, nem uma garrafita levavam”

Este lançamento foi possível graças à parceria que a Confraria dos Vinhos Tejo tem assinada com o Convento de Cristo, cuja directora Andreia Galvão aqui num capítulo foi entronizada tal como a Anca Poiana e, na defesa dos Vinhos Tejo a confraria tem aqui realizado importantes debates, capítulos e festas com presenças internacionais. Portugal produz vinhos de alta qualidade que ganham medalhas não por serem de Portugal mas por serem muito bons, nos mais exigentes e profissionais concursos internacionais, em prova cega e se, não for pela via da internacionalização e exportação, somos excendentários em vinho já que somos invadidos por vinhos da UE que entram livremente de proveniências e misturas de diversos vinhos da EU. Neste mercado competitivo, o factor preço é a escolha de muitos, mas um bom vinho, não pode ser barato! A Anca Poiana que trabalha a terra e é uma enóloga de trabalho de campo, aprendeu com os seus mestres que o “vinho faz-se na vinha” e “ só com boas uvas se faz bom vinho” e aí está a recompensa de quem só começou a fazer vinho em 2013. Medalhas aí estão em 2 anos com a colheita de 2014 mais uma no concurso do Escanções de Portugal de prata, e a segunda de prata já no Internacional Wine Masters Challenge e a terceira já de ouro no concurso Vinhos de Tejo, sempre em prova cega.

Na colheita de 2015 no regional tinto mais uma de prata nos “Escanções de Portugal”; a segunda de prata no concurso Crédito Agrícola e a terceira de ouro no recente Internacional Wine Contest Bucharest, onde chorou de alegria por ser premiada no seu país de nascimento! De verdade deve ser um orgulho quem emigrou de países de Leste em busca de uma vida melhor, ver o seu país, que não deixou por deixar premiar um dos seus, dos que partiram, apostaram e venceram! Já obteve a terceira medalha de ouro no recente concurso enológico internacional Selezione Del sindaco em Itália. Ou seja tem 9 medalhas em apenas 2 anos e só com 3 vinhos. Para animar a tarde/noite de festa os Cavaleiros Templários da ADIRN, parceiro desta iniciativa levaram o vinho em ombros, numa cerimónia emotiva e histórica e pelos Claustros deste Convento o Rancho Folclórico e Etnográfico de Alviobeira representou e bem em estátuas vivas a faina do trabalho campestre e da vindima e do vinho que, encantou presentes muitos idos de Lisboa e do Ribatejo

Mas que vinho é este o “Castelo Templário”?

Amadurecido nas mais nobres terras templárias e elaborado a partir de uma cuidadosa seleção das castas Touriga Nacional, Cabernet Souvignon e Castelão, este vinho de cor rubi e aroma frutado destaca-se pela sua complexidade e elaboração. Na boca apresenta-se estruturado com volume e ao mesmo tempo aveludado, recomenda-se ser consumido entre os 18 e 20ºC. Tem um teor alcoólico 14 % v/v e a vinificação é por desengaço total, curtimenta prolongada com fermentação controlada e longa maceração, o que lhe trás excelentes aromas. O envelhecimento é em garrafa a temperaturas controladas, durante 4 meses, antes da sua comercialização, que se traduz num bom final de boca. Deve ser consumido entre os 16ºC-18ºC e a enóloga responsável é a engª Anca Martins. E como o melhor vinho é aquele que se compra e bebe e, quem produz não o faz só por fazer, mas para vender, há que comprar e provar e degustar e pode deslocar-se à Fontinha 1A / junto Algáz (IC9) ou nas lojas e nos restaurantes pedir para lhe o servirem. António Freitas