A Assembleia Municipal de Tomar chumbou, com os votos contra de PSD, BE e CDU (16 contra 15, sendo que Arlindo Nunes, do PS, não participou na votação por questões éticas), as grandes opções do plano e orçamento dos SMAS de Tomar para o ano de 2018. No período de intervenções começou a perceber-se qual seria o destino da votação: Luís Francisco, membro da bancada do Partido Social-Democrata, não deixou de questionar se «será razoável que as pessoas paguem ainda mais pelo serviço», seguindo a tendência dos eleitos do PSD na autarquia nabantina, que já tinham deixado críticas à forma como o executivo PS está a olhar para o futuro dos SMAS. Já o Bloco de Esquerda, pela voz da eleita Maria da Luz Lopes, considerou este orçamento como «precário» e «insuficiente», lamentando que o Município não aumente a qualidade do serviço. Do lado do Partido Socialista, Hugo Costa recuou no tempo para apontar o dedo a António Paiva, antigo presidente de Câmara, como sendo o «responsável» por ter assinado o actual contrato com as Águas do Centro, contrato «ruinoso», reforçou, e do qual «a autarquia não se pode livrar», lamentou. A CDU, pela voz de Paulo Macedo, não deixou de lamentar que sejam as pessoas a ser confrontadas com a actualização de preços.
Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, em resposta às observações da Assembleia Municipal, voltou a apontar a desvantagem que os SMAS têm em relação aos concelhos vizinhos no valor de aquisição de água, apontando o exemplo de Torres Novas, referindo que Tomar paga mais do dobro (0,63 cêntimos/m3 contra 0,26/m3). E questionada sobre os motivos pelos quais o concelho se mantém refém destes preços, Anabela Freitas falou em valores regulados por decreto-lei. A eleita do Partido Socialista referiu-se a um orçamento a rondar os 9,4 milhões de euros, destinados, na sua essência, a fazer face aos investimentos em curso, nomeadamente para Vila Nova, Peralva, Charneca da Peralva, Cabeças, Ponte da Vala, Alvito e Carrascal, intervenções que, depois de finalizadas, aumentam para 70% a taxa de cobertura do saneamento do concelho que, na actualidade, se cifram, apenas, em 58%. Ainda em torno dos números, Anabela Freitas situou as perdas de água em 43% (e, aqui, por incrível que pareça, é considerado perda de água… o combate a incêndios).