CULTURA

TOMAR – “Tomar imaterial”, a alma do povo do concelho em exposição

No exterior, um cabeçudo, feito no final do século XX, e cuja estrutura é demasiado grande para a sala, representa o povo, responsável e destinatário primeiro das manifestações culturais de que se fala nesta exposição. Intitulada “Tomar Imaterial”, abriu ao público no Complexo Cultural da Levada, onde, com entrada pela Central Elétrica, poderá ser visitada até 25 de maio, mostrando algumas das mais icónicas festividades populares do concelho, sejam elas de cariz mais religioso ou mais profano. A começar, naturalmente, pela Festa dos Tabuleiros, cuja candidatura a Património da Humanidade teve, simbolicamente, nesse mesmo dia, a conclusão de uma das suas etapas. Tabuleiros que vão ter, em breve, um espaço próprio, com uma exposição permanente a antecipar o futuro centro interpretativo. Agora, nesta exposição “Tomar Imaterial”, são um elemento agregador e sem o qual, provavelmente, não teria sido iniciado o estudo mais aprofundado sobre as outras manifestações de património imaterial do concelho que, mais para o final do ano, vão fazer parte do próximo volume dos “Cadernos Culturais Nabantinos”. Na maior parte, como seria de esperar, trata-se de festividades religiosas, embora pontuadas aqui e ali por elementos nem sempre absolutamente canónicos. Lá estão a Procissão de Santa Iria e o seu ritual muito próprio do atirar de pétalas ao rio, assim como o Círio da Senhora da Piedade; lá estão também a Festa do Divino Espírito Santo em Carregueiros, as icónicas procissões do Senhor dos Passos, nas Olalhas, ou do Senhor Jesus das Necessidades, em Santa Cita; lá está a original Festa do Aleluia de Cem Soldos, com o seu quê de irreverência, que é também a marca principal do Carnaval da Linhaceira. Lá estão ainda, a par de mais alguns elementos físicos do entrudo, e do inevitável tabuleiro, a fogaça, elemento típico das festividades concelhias, com inevitáveis pontos de contacto com aquele, ou o jogo do rato, um dos passatempos comuns também em muitas das nossas festas. E, na extensa vidraça com o rio Nabão como pano de fundo, o calendário anual das iniciativas populares que, um pouco por todo o concelho, são os elementos base que que, ao longo do tempo, têm ajudado a construir a essência do que é ser tomarense. www.cm-tomar.pt