Vai ter lugar nos dias 3-4-5 de Agosto na aldeia de Ceras a sua tradicional festa religiosa em honra de Nª Srª da Ajuda a padroeira da capela local, datada de 1755, de grande valor arquitectónico capela essa que graças aos saldos da festa de 2018, viu agora acabadas as obras de recuperação iniciadas há uns anos e que se traduziram em telhado novo, rebocos, recuperação total dos seus três altares de talha dourada e agora as obras da sacristia e acesso ao coro, retirando uma inestética escada de ferro do seu interior e sua substituição por adaptação de madeira trabalhada. Nos dias de hoje e dado a desertificação e cansaço de serem sempre os mesmos a promover a festa da aldeia, festas essas que e quem as frequenta na vertente de restaurante exige um serviço profissional, barato e rápido, e que por sua vez esbarraram em cada vez mais despesas burocráticas, como direitos de autor ( que devem ser abolidos em festas de fins sociais) segurança em termos de GNR nas procissões, quando se utiliza movimentadas estradas nacionais, (que é o caso e cujo serviço era gratuito e agora passou a ser gratificado), não é de estranhar que haja freguesias ou paróquias que já não façam a sua festa e este ano registe-se não há festa em Alviobeira, assim como não há na paróquia de Pias. Luís Neves porém com uma equipa de malta dedicada e amiga do lugar, ligados por laços familiares ao mesmo apesar de nele não residirem apostou num programa barato, como conjuntos ou organistas, mas não se esqueceu da Banda Filarmónica a acompanhar a procissão, procissão essa, um dos pontos altos da festa com os andores dos santos da capela, a padroeira e os tabuleiros cedidos pela junta de Freguesia, que já andaram em Tomar, mas que são agora vistos pela primeira vez por muita gente da terra. Em termos culturais e pela primeira vez, a organização convidou o Thomar Honoris, grupo tomarense que tão bons serviços tem prestado nas recriações medievais e que vem a CERAS gratuitamente, certamente inserido nas raízes históricas de uma terra, que a história de Portugal regista, devido ao seu castelo – O CASTELO DE CERAS não raras vezes é confundido com o Castelo de Tomar, embora seja anterior a este. Certamente não vão ter tempo para subir às “Castelhanas” e tentar descobrir os restos do “alambor” do castelo, mas terão oportunidade de fazer o seu cortejo no sábado dia 3, pelas 21H00 da Casa Senhorial ” Casa da Eira” ao adro da Capela, capela essa mandada edificar pro Antão Medeiros Leitão capitão mor donatário da Ilha da Praia em Cabo Verde, que residiu em Ceras e aqui está sepultado juntamente com sua esposa, em túmulos, agora postos à vista. Por estas terras, tão antigas passou Dom Afonso Henriques, cujas tropas se preparavam para a conquista de Santarém. Aqui foi cedido aos Templários, (já era o seu Mestre, Dom Gualdim Paes), o CASTRUM CAESARIS (o Castelo de Ceras) que se situava junto à ribeira de Ceras, a nor-nordeste do lugar de Alviobeira. Foi o próprio Dom Gualdim Paes que pouco tempo após a posse se decidiu pelo abandono e pela construção de um novo castelo (que tomaria o nome de Tomar) no ano de 1158, mas que iria ficar a aproximadamente quatro léguas de distância. Razões históricas não faltam e faz sentido toda e qualquer recriação histórica e os agradecimentos ao Thomar Honoris, por vir ao berço dos Templários na região e dias 3-4-5 o lugar de CERAS num singela festa espera receber os filhos da terra, os amigos e todos aqueles que na sua juventude se lembram da organização das maiores Festas da região e que se desenrolavam com os seus mega bailes em pela estrada Nacional 110. A missa e procissão terá lugar no dia 4 pelas 17H00. António Freitas