Um homem, de 36 anos, foi apresentado a primeiro interrogatório judicial, indiciado da prática de 42 crimes de burla informática e nas comunicações, nove de burla informática e nas comunicações qualificada, 51 crimes de falsidade informática, um de branqueamento e um de associação criminosa. O arguido foi detido na sequência da emissão pelo Ministério Público de mandados de detenção fora de flagrante delito. Resultava fortemente indiciado dos autos que o indivíduo assumia a liderança de um grupo que, atuando concertadamente e em comunhão de esforços e intentos, gizou um plano para se apropriar de quantias em dinheiro, com recurso ao uso fraudulento da aplicação MB WAY. «Em síntese, o referido grupo aproveitava-se do desconhecimento das vítimas sobre o modo de funcionamento da aplicação MB WAY para se apropriar indevidamente de valores monetários àquelas pertencentes», acrescenta o Ministério Público. O grupo atuava de forma organizada, como distribuição de tarefas entre os vários elementos, desde data não concretamente apurada, desde outubro de 2019. Considerando a gravidade dos factos indiciados, foram alegados pelo Ministério Público os perigos de perturbação da ordem e tranquilidade pública, de fuga, de perturbação do decurso do inquérito e de continuação da atividade criminosa e promovida a aplicação da medida de coação de prisão preventiva. Recorde-se que, em Fevereiro último, 10 pessoas foram constituídas arguidas no âmbito de um processo de burla que tinha Tomar como ‘centro de ação’. Na altura, num esclarecimento enviado para a redação da Hertz, o Comando Distrital de Santarém da Polícia de Segurança Pública confirmou o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliária, realizadas, precisamente, em Carvalhos de Figueiredo e Vale Florido, em Tomar, mas também nos concelhos do Entroncamento, Elvas, Estremoz, Campo Maior e Vendas Novas.