A Santa Casa da Misericórdia de Tomar, em comunicado enviado para a Hertz, assegurou que está já a trabalhar na recuperação dos edifícios situados na esquina da rua Infantaria 15 com a rua Pedro Dias, imóveis cujas fachadas estão em risco de ruína. Por isso, recorde-se, a Câmara já decidiu encerrar aquelas artérias à circulação rodoviária e pedonal «até que o proprietário promova as necessárias obras de demolição da alvenaria em risco de ruir, o que se aguarda que aconteça com a maior brevidade possível», referia, em nota de esclarecimento, o Município nabantino. Pois bem, o proprietário, precisamente a Santa Casa da Misericórdia, já fez questão de explicar todo este processo, assegurando que «não foi por descuido ou por falta de vontade que não existiu uma outra intervenção nos ditos edifícios». Ficaram, nesse texto, elogios à «compressão e rapidez da Câmara». Aquela instituição está, assim, a «fazer a intervenção necessária para evitar acidentes», desde logo obras de demolição, com implementação das «adequadas soluções que reponham a normalidade na zona não só no trânsito, mas também na imagem da cidade», reforça o mesmo esclarecimento.
Fica, na íntegra, o comunicado da Santa Casa da Misericórdia de Tomar: «A Santa Casa da Misericórdia de Tomar adquiriu os edifícios da Rua Pedro Dias e Infantaria 15, que já na altura estavam sem uso e em avançado estado de ruína, com verbas próprias. Pois sendo esta propriedade contigua ao antigo Hospital da Misericórdia e a um outro seu edifício na Rua Infantaria 15 e ter uma área igual de 1.100 m2, permitia assim duplicar a área do Hospital, que faz este ano 514 anos. Até porque já existia um projecto aprovado na Câmara, pelos anteriores proprietários para ali construir uma unidade hoteleira, considerou-se ser do maior interesse para Tomar, aumentar em muito o número das actuais mais de 40 camas e poder ter também muitos outros serviços de saúde, que muita falta fazem diariamente às pessoas de Tomar. Como se tornou normal em Portugal nos últimos anos, só encontramos dificuldades pelas entidades fora de Tomar em levar para frente nestes anos este interessante projecto. O que levou a Misericórdia a trabalhar noutras soluções e projectos, em Tomar e depois forçados a ir para a Atalaia, que até agora igualmente ainda não tiveram as adequadas resposta do Estado, como é do conhecimento público. Não foi por descuido ou por falta de vontade que não existiu uma outra intervenção nos ditos edifícios, mas no interesse da Misericórdia e da cidade, não os vendemos e ao contrário, continuamos a lutar contra a maré, para uma solução que nos parece poder ser uma mais-valia para Tomar, apesar de algumas vezes sentirmos o peso e a obstrução dos que deviam cuidar e fazer mais, no interesse público. Nesse sentido a Assembleia Geral da Irmandade decidiu dar poderes para a Mesa Administrativa trabalhar nas várias soluções que podem até incluir parceiros do sector privado, nas áreas de saúde. Perante a demora das soluções e a situação de degradação dos edifícios, tomamos a iniciativa e estamos a fazer o recomendável nestas situações para que antes do Inverno esteja assegurado não acontecer a derrocada das paredes exteriores dos edifícios e colocar em perigo pessoas e bens. Nisso tivemos a compressão e rapidez da Câmara que, a nossa solicitação, nomeou uma Comissão e realizou uma Vistoria que nos está a permitir fazer a intervenção necessária para evitar acidentes. Razão da rápida alteração do trânsito e o constrangimento na movimentação de pessoas no local. Na situação a Misericórdia esta a realizar os trabalhos de demolição, necessários e, posteriormente, vai implementar as adequadas soluções que reponham a normalidade na zona não só no trânsito, mas também na imagem da cidade.