A Santa Casa da Misericórdia de Tomar deu um sinal de evidente transparência. Em conferência de imprensa, onde marcaram presença os órgãos sociais, registo para um ponto de situação em torno da atualidade da instituição, não só com os números reais relativos às contas de 2021 mas também houve espaço nesta conversa para abordar o dia-a-dia dos utentes, dos funcionários, sem esquecer os projetos futuros e ainda o relacionamento com o Governo e com a Câmara de Tomar. No estilo que lhe é característico, o Provedor António Alexandre não deixou nada por dizer, assumindo que aproveitava a conferência… para “enviar recados”. Por exemplo, no que às contas diz respeito, António Alexandre avançou que a Santa Casa da Misericórdia teve cerca de quatro milhões de euros de receitas em 2021, sendo que destas apenas 24% saíram ‘do bolso’ do Estado. Os custos com o pessoal chegaram ao milhão e oitocentos mil euros. Refira-se que estão em causa 140 trabalhadores para um universo de 256 utentes. O futuro não ficou de fora desta conversa. António Alexandre abordou a questão da desejada Unidade de Cuidados Continuados, para a qual existe a garantia de doação de terreno na zona das Avessadas. Esta estrutura permitiria aumentar a capacidade deste serviço para 100 camas. Ficaram, aqui, as primeiras críticas à Câmara de Tomar e ainda receios de que este projeto possa não chegar ao desejado financiamento. António Alexandre não deixou, ainda, de abordar a questão da delegação de competências, sendo que a Câmara de Tomar – recorde-se – assumiu a área social. O Provedor da Santa Casa não escondeu as dúvidas em torno do que irá significar esta mudança… e quando questionado pela Hertz sobre o apoio da autarquia à instituição… a resposta foi esta. António Madureira, presidente da Mesa da Assembleia Geral, também usou a palavra para deixar claro que esta conferência de imprensa não teve como objetivo «atacar a Câmara» mas sim chamar a atenção para as necessidades das pessoas mais idosas. Assista à reportagem em vídeo editada pela nossa redação.