Início CULTURA TOMAR – Rede de Museus. A Unidade da Diversidade

TOMAR – Rede de Museus. A Unidade da Diversidade

No momento em que foi divulgada a situação de abandono, degradação e pouca visitação dos mais de 600 Museus existentes no país, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), em parceria com a Rede de Museus do Médio Tejo (RMMT) e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT), promoveram no dia 11 de novembro um oportuno Encontro para analisar as potencialidades e as dificuldades desta área temática na nossa região. Na verdade, os organizadores desta interessante atividade visaram atingir, entre outros, os seguintes objetivos gerais: fazer o diagnóstico do panorama museológico do Médio Tejo, partilhar conhecimentos e/ou projetos sobre as várias funções dos museus e desenvolver a coesão territorial da região na área museológica. Realmente, para atingir as metas enunciadas, os responsáveis organizativos estruturaram o evento em três grandes painéis temáticos, designadamente: o panorama dos museus (mapeamento e diagnóstico); as áreas de ação prioritária (inventário, documentação, conservação e segurança); e ainda as plataformas de educação (museus e escolas). Neste contexto, cabe salientar a grande adesão de participantes, sobretudo docentes e alunos dos cursos de Turismo Cultural e de Conservação e Restauro do IPT, mas, ao mesmo tempo, foi notada a ausência de diretores, conservadores e técnicos de museus e autarquias, colecionadores de obras e doadores de objetos da região do Médio Tejo, sendo importante indagar as razões que os levaram a “divorciarem-se” desta primeira realização.

Nesta sequência, ficou também patente que a organização “afunilou” um pouco a discussão dos temas agendados, na medida em que não abriu a reflexão e o debate aos assistentes/participantes, mas, em contrapartida, resultou do Encontro que a recém criada RMMT dá contributos decisivos para a unidade territorial da diversidade de espaços e núcleos museológicos da região, tanto no presente, como no futuro. Por outro lado, sendo impraticável divulgar a realidade dos 64 museus e núcleos museológicos já identificados pelo curso de Turismo Cultural na região do Médio Tejo, os participantes ficaram a conhecer algumas caraterísticas funcionais da RMMT e das valências de alguns dos seus museus, nomeadamente: o Museu Municipal Carlos Reis, em Torres Novas; o Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima; o Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento; e o Centro de Estudos em Fotografia de Tomar. Seguidamente, no período da tarde, os trabalhos evoluíram de modo a abordar as conexões/interações entre os museus e as escolas (com os seus desafios e incertezas), as suas potencialidades de flexibilidade curricular, tendo encerrado o painel de intervenções com a brilhante comunicação do Professor Luiz OosterbeeK, intitulada “Co-construção e socialização do conhecimento para a coesão social e territorial”.

Na realidade, este Docente do IPT elucidou os presentes sobre a criação de um portal de património, cuja informação será disponibilizada às autarquias; a construção de uma aplicação, ligada a uma base de dados em rede para acesso de cidadãos e autarquias, a qual avançará em três domínios: património edificado, sítios arqueológicos e ofícios, tradições e saberes; a criação de um novo programa com a UNESCO (BRIDGES) que terá por epicentro a sustentabilidade e a gestão do território; a construção de um parque de arqueologia e saberes experimentais, para a formação ao longo da vida e a inclusão social; e ainda a integração de um projeto de realidade virtual no museu do concelho de Mação. Por último, este meritório Encontro terminou com uma visita guiada às instalações do Laboratório de Conservação e Restauro do IPT, o qual tem dado inestimáveis contribuições para a qualificação e valorização do património artístico e cultural de Tomar, da região do Médio Tejo e do próprio país. JOSÉ ROGÉRIO