CULTURA

TOMAR – Rancho Folclórico e Etnográfico de Alviobeira teve um Abril ‘em cheio’

O mês de Abril é o mês de maior actividade cultural do Rancho de Alviobeira – coletividade do concelho de Tomar – pois a data do aniversário da sua fundação é aproveitada, e bem, para uma série de actividades culturais, para além do tradicional Festival do Folclore,  para além dos eventos  “Abril Sopas Mil”, “Fios Soltos” e ” Fios d’Arte”. Manuela Santos, a directora do Rancho, resume, assim, este grandioso 37º aniversário, onde seguramente passaram por Alviobeira cerca de seiscentas pessoas, na soma destes momentos:

37 anos a entrelaçar fios de afetos, encontros, memórias e sonhos – «E assim se passou mais um abril, mexido, trabalhoso, mas muito gratificante. Desde que nos conhecemos como grupo, o mês do nosso aniversário, sempre foi vivido intensamente. Sempre acreditámos que o sucesso está conectado com a ação, e que todas as atividades desenvolvidas são inspiradoras para a vida, união e longevidade deste grupo. Afinal se conseguirmos sobreviver a horas e horas de ensaios, choque de ideias e confronto de personalidades, gerir egos e acertar opiniões, então estamos prontos para tudo o que possa vir! Durante o mês de abril, houve momentos em que desejámos que ele chegasse rapidamente ao fim mas, neste momento, já olhamos para trás com saudade! Se é bem verdade que “Abril Sopas Mil”, “Fios Soltos”, ” Fios d’Arte” e o Festival de Folclore consumiram-nos o tempo e a “alma”, também é verdade que nos deram muito. Recebemos, em dobro, aquilo que deixámos no palco e quem mais deu, mais recebeu. Olhamos para o palco do CRCA, agora vazio, mas as imagens ainda estão bem presentes na nossa memória. Foi intenso, único, diferente, divertido e mágico! Escolher uma temática para o nosso aniversário, e desenvolver todas as atividades à volta da mesma foi uma opção tomada já há alguns anos e ainda bem que o fizemos, permitindo-nos trabalhar de uma forma mais coordenada dando às atividades outra profundidade. A temática deste ano, surge de um projeto comunitário, desenvolvido por altura do Natal, uma manta de Natal, feita a várias mãos. Dos restos de fios, foi-se tecendo quadrados de croché, tão diferentes entre si, mas que no final foram unidos, transformando-se numa manta colorida, espelho de uma comunidade, “unida na diversidade”, reforçando a ideia que apesar das nossas inúmeras diferenças, existe um terreno comum onde podemos nos encontrar e colaborar. “FIOS” foi o fio condutor deste mês de aniversário. Desfiámos os fios da memória e percorremos caminhos esquecidos, entrelaçámos histórias, vozes e sonhos! Desatámos (ou aceitámos) os nós, construímos laços de autenticidade, força e delicadeza, que representa quem fomos e quem somos. Cada ponto, cada fio, cada brilho carrega a energia, o talento e a dedicação deste rancho que, com a sua história, perpetua a tradição enquanto inova na sua apresentação»,

«Depois do trabalho feito, é hora de agradecer: em primeiro lugar aos componentes do Rancho e seus familiares, os fios com os quais é tecida a história deste grupo, a matéria prima deste projeto. Este grupo é sem dúvida multifacetado, trabalhando em várias frentes: no palco, apresentação, organização, decoração, cozinha, relações públicas, etc. O agradecimento que se segue tem que ir para todas as pessoas, e são muitas, que ano após ano, marcam presença nas nossas atividades e que nos ajudam das mais diversas formas a dar continuidade ao projeto nascido há 37 anos. Para memória futura ficam os extraordinários registos fotográficos, feitos pelo José Ribeiro, Luís Ribeiro, Zé Paulo, Carlos Silva e António Freitas, para quem vai não só o nosso agradecimento mas o nosso aplauso pelo trabalho, dedicação e amizade. É através do vosso trabalho que o nosso é conhecido e divulgado. Os agradecimentos estendem-se ao Hugo Mendes, pelas gravações dos historiais dos Ranchos para apresentação no Festival, ao “Coração de Alviobeira” pelo patrocínio, ao Diogo Santos, pela abertura do Museu e disponibilidade em fazer visita guiada aos grupos interessados e à Elizabete  Fonseca por proporcionar a visita dos Ranchos à Igreja Matriz. Por último, um agradecimento especial, de admiração e profundo orgulho, às mulheres que teceram os quadrados de croché, e que aceitaram o desafio de subir ao palco na nossa Gala de Aniversário. Sabemos que o desafio foi enorme, pois o palco tem tanto de mágico como de aterrador, para algumas fui uma verdadeira prova de superação. Agradecemos a disponibilidade, pontualidade nos ensaios, ensinamentos, momentos de conversa e riso, mas agradecemos acima de tudo a confiança “cega” no trabalho deste Rancho, e a capacidade de embarcar na ousadia deste Grupo. “Eh pá” foi bonito!”». António Freitas, com Manuela Santos