Em comunicado enviado para a nossa redação, a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza – diz estar «preocupada com impactes de queimada de 40 hectares em exploração de eucalipto», numa propriedade localizada entre Porto de Cavaleiros e o Cadaval, na freguesia da Pedreira, próximo da cidade de Tomar, nos recentes dias 17 e 18 de Janeiro. Diz a Quercus que «foi alertada para uma grande quantidade de fumo típico de fogo florestal, proveniente de uma queimada de sobrantes de exploração de eucaliptal de uma empresa da fileira da celulose, a Altri Florestal», assegurando, no mesmo texto, que «foram queimados cerca de 40 hectares (400 000 m^2 ) de material lenhoso, nomeadamente troncos, ramos e folhagem de eucalipto após corte raso do povoamento». A Associação já solicitou esclarecimentos à empresa «e está ainda a aguardar resposta».
«A pluma de fumo provocada pela queimada era muito grande e foi arrastada ao logo de mais de 20 dezenas de quilómetros antes de se dispersar, afetando parte dos concelhos de Tomar e Ourém até à zona de Fátima e Leiria. Pelo caminho, a pluma de fumo originou a queda de cinzas, com faúlhas de material particulado de folhas de eucalipto, pelo menos até 12 km de distância no concelho de Ourém. Também o fumo com cheiro típico de fogo florestal alarmou algumas pessoas», lamenta a Quercus. «Fazer queimadas para destruição de sobrantes da exploração florestal em eucaliptais ou pinhais é uma má prática, devido aos impactes que tem não apenas na propriedade com a queima de alguns sobreiros e outra vegetação autóctone que estava no subcoberto, mas com o arrastamento de cinzas para as linhas de água e sobretudo as emissões poluentes para a atmosfera. A queimada só é efetuada por ser a forma mais barata da empresa se desfazer dos sobrantes da exploração. No entanto, as populações não têm que respirar o ar contaminado devido a uma atividade que podia ser evitada». Foto Bombeiros do Município de Tomar/Facebook