Anabela Freitas, presidente da Câmara Municipal de Tomar, e Bruno Graça, vereador da autarquia nabantina, os rostos mais visíveis da coligação entre PS e CDU, aproveitaram a reunião do executivo que decorreu nesta segunda-feira para assegurarem que a relação entre as duas forças… está de boa saúde e «é para durar até ao fim» do mandato. Não deixa de ser curioso que ambos tenham falado em «especulações» sem precisar, efectivamente, de quem partiu o conjunto de polémicas, nomeadamente a apresentação de uma proposta, por parte de Luís Ferreira, para a discussão do final dessa mesma coligação. Anabela Freitas abriu mesmo o encontro desta segunda-feira para sublinhar que tudo continua como antes: «Reafirmar aquilo que é a confiança na coligação feita entre o Partido Socialista e a CDU para que tenhamos um executivo para trabalhar em prol do concelho de Tomar, como sempre fez. Perante as especulações que têm aparecido quero reafirmar aquilo que é a vontade dos dois partidos, quer minha enquanto presidente e do vereador Bruno… estamos cá para trabalhar até ao fim».
Bruno Graça, por sua vez, comparativamente com o documento da CDU a que tinha dado voz há quinze dias, mostrou uma posição pessoal que vai ao encontro de Anabela Freitas, ou seja, o acordo será mesmo para cumprir: «Os acordos que a CDU faz são sempre para cumprir e não para andarmos ao sabor do vento e das oportunidades que surgem daqui ou dali. Procuramos sempre contribuir para a gestão da autarquia se encaminhasse sempre para resolver os problemas do concelho. Não vale a pena haver especulações. A CDU está para cumprir o acordo até final».
A oposição não perdoou este conjunto de considerações de Anabela Freitas e Bruno Graça, deixando claro que as especulações «são factos». O vereador Pedro Marques, dos Independentes, deixou isso bem patente na sua intervenção: «Eu pergunto: especulações de quem?! Então o que o vereador Bruno Graça disse na última reunião era tudo retórica já que estava tudo bem. Porque os factos foi ele que os trouxe aqui, nomeadamente sobre os problemas que já existiam quanto à nomeação do chefe de gabinete e ainda a questão do concurso de mobilidade. Será que a senhora presidente ter mudado de vice-presidente é especulação? Não é especulação. São factos concretos. Por outro lado, ainda bem que a coligação está coesa porque quando chegarem as próximas eleições a responsabilidade é da coligação. É do PS e da CDU. Parece que está tudo bem e passa-se um pano sobre tudo e a culpa é da comunicação social e da oposição que especularam… Também não foi nossa a notícia a dizer que na última reunião do PS apareceu lá algo a dizer para afastar a CDU porque é um problema. Assumam que as coisas não correram bem!».
João Tenreiro, vereador do Partido Social-Democrata, também sublinhou que as polémicas tiveram origem interna e criticou a posição da CDU nesta gestão partilhada: «Isso é problema vosso. Não é nosso. Os senhores governem da forma que sabem governar e se calhar há assuntos mais importantes para resolver em Tomar do que estas “tricas” políticas internas. Os rumores de que os senhores falaram foram os senhores que os criaram. Deram a entender que foi a população em geral e que tínhamos sido nós a levantar alguns rumores mas foram os senhores é que os levantaram. Ouvi a recente intervenção do vereador Bruno Graça, que foi claro, sendo que o mesmo disse que não aceitava mais pelouros e que a CDU não estava disponível para isso, mas pelos vistos… Vemos uma coligação da CDU com um pé dentro e outro fora».