A recente assinatura do protocolo que tem por objectivo intervencionar a Igreja da Roda Pequena, na freguesia de Asseiceira, foi motivo para uma análise “acalorada” entre Partido Social-Democrata e Partido Socialista. Depois de Pedro Marques, dos Independentes, ter questionado as bases do dito acordo, eis que Hugo Cristóvão, vereador do PS, disse, com surpresa, que o Município não dispunha de informações precisas sobre o protocolo, deixando críticas à ausência de comunicação oficial entre a Secretaria de Estado e autarquia: «Não sei informar muito sobre o protocolo em si porque todo o processo foi um pouco estranho. A determinada altura, fomos informados pela Junta de Freguesia de que iria haver uma assinatura de protocolo de uma candidatura do PIDAC, que é outra coisa que acho estranho pois nem há pedido de parecer ao Município. A verdade é que o Município soube em cima da hora. Aliás, tive oportunidade de comentar isso mesmo com os caros vereadores do PSD. Foi um processo muito estranho e rápido. O senhor secretário de Estado decidiu dar aquele apoio à Igreja da Roda Pequena mas não sabemos nada mais do que isso».
João Tenreiro, vereador do Partido Social-Democrata, ouviu… e não gostou. O eleito do PSD fez questão de dar conta da existência de um email que assegura, dessa forma, que a autarquia não teve conhecimento da cerimónia propriamente dita apenas pela Junta de Asseiceira mas sim, referiu, com carácter oficial: «Ouvi o vereador Hugo Cristóvão mas não percebi bem… Então a Câmara só teve conhecimento da cerimónia só através da Junta?! Fui ver o email que também recebi… estão em causa uma comunicação da própria CCDRLVT dirigida à presidente da Câmara de Tomar, onde convida a presidente e pede para que se tomem diligências junto dos vereadores. Quando diz que foi através da Junta… Achei estranho como é que um representante do Governo central aparecia no concelho e não diz nada à Câmara. Temos que ser rigorosos».
Hugo Cristóvão admitiu que esse email, afinal, poderia existir mas voltou a referir que todos os contactos foram feitos com a Junta de Asseiceira, confessando, até, que o chefe de gabinete do secretário de Estado lhe pediu desculpas sobre a falta de comunicação: «Admito que existe esse email da CCDR… Agora, a verdade é que todo o contacto relativo a horas, local, o que é que era, o que é que se passava, foi feito pela Junta de Asseiceira. Julgo que terá sido à sua frente (ndr: de João Tenreiro) que o próprio chefe de gabinete do secretário de Estado, de alguma forma, pediu-me desculpas no local porque não houve contacto da secretaria de Estado com o Município. Acho que ouviu essa conversa… ».