A Agência Portuguesa do Ambiente voltou a ser duramente criticada em torno da questão associada à poluição no rio Nabão. José Delgado, vereador do PSD na Câmara de Tomar, e Anabela Freitas, presidente da autarquia, apontaram o dedo à citada entidade, acusando-a de não fazer o trabalho que lhe compete em matéria de fiscalização. José Delgado, por exemplo, exige respostas concretas, classificando mesmo todo este processo como «uma vergonha»: «Todos nós fizemos já muito de reclamar, de fazer queixas, de denunciar junto das entidades, junto da APA, junto do Governo… sabemos que a senhora presidente da Câmara já fez imensos ofícios… É preciso falar mas no sentido de haver uma resposta e a tutela não está a conseguir responder a esta questão, que é uma mancha nesta imensidão do património cultural, monumental, da floresta, dos sítios que temos ai que são de excelência. Já não sabemos bem o que dizer. Requerimento em cima de requerimento isso para mim não vale nada. É conversa fiada. Precisamos de respostas concretas! A APA tem de fazer o seu papel. Ainda não conseguiu fazer o seu papel de forma eficaz. Sabe multar quem tem de multar mas nestas questões que são fundamentais para um concelho como o nosso… não vimos actuação. Eu penso que alguém já deve ter um diagnóstico completo e claro. E estou a falar da APA. Se não o tem, então é uma vergonha!».
Na resposta a estas considerações de José Delgado, a presidente Anabela Freitas confirmou que haverá uma reunião com a APA nesta quarta-feira, advertindo que espera ver o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente «assumir perante o país que não cumpriu uma ordem directa do Ministro do Ambiente», precisamente promover acções de fiscalização junto dos potenciais prevaricadores: «A questão da prevaricação de privados, empresas que não têm sistemas de pré-tratamento de água e que injectam águas residuais sem estarem tratadas na rede pública . E isso é competência clara da APA. Há cerca de três anos houve um conjunto de reuniões entre o Município de Tomar, o Ministro do Ambiente e a APA, altura em que o Ministro mandou a APA fiscalizar os possíveis prevaricadores. Foi quando a APA pré-identifica 11 possíveis focos de fiscalização. E aquilo que sempre dissemos à APA foi que colocaríamos os nossos recursos para que se pudessem fazer essas acções. Finalmente dignou-se a responder e marcou reunião connosco para depois de amanhã. Vamos ver o que nos dizem, se querem ou não vir para o terreno. Estou à espera que me chamem à Assembleia da República para falar sobre esta matéria e julgo que o presidente da APA também será chamado. Espero bem que ele assuma, perante a Assembleia e perante o país, que não cumpriu uma ordem directa do Ministro do Ambiente que era fazer acções de fiscalização nestes onze possíveis focos de poluição. Devo dizer que não sabemos quem são essas empresas porque a APA só partilhou connosco o número e não quais eram as empresas».