João Leão, ex-Ministro das Finanças, está a ser acusado de ter tido uma postura, no mínimo, pouco ética na questão relativa à apreciação de projetos submetidos pelo Ministério do Ensino Superior tendo em vista o financiamento à ciência, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia. De entre as candidaturas apresentadas estava, precisamente, o Instituto Politécnico de Tomar, para além do de Santarém e de Castelo Branco. No entanto, apenas o projeto do ISCTE, de Lisboa, é que mereceu a ‘luz verde’ do Ministério anteriormente gerido por João Leão, neste caso para o Centro de Valorização de Conhecimento e Transferência de Tecnologias, num investimento que já ronda os 12 (!) milhões. Aliás, esta mesma estrutura já tinha um financiamento europeu de 4,3 milhões. Valor nada comparado com a realidade pretendida por Tomar, Santarém e Castelo Branco que, no total, ‘apenas’ necessitavam de um milhão… Para além destes factos que têm gerado incompreensão por parte das entidades envolvidas, há a registar que o mesmo João Leão é, agora, vice-reitor do ISCTE, cargo que assumiu dois dias depois de ter deixado o Governo. Citado pelo ‘Público’, Manuel Heitor, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, garantiu que instruiu o processo do ISCTE «para garantir apoio das Finanças», a exemplo do que fez com outras candidaturas, não deixando de lamentar que apenas o referido projeto daquela instituição lisboeta tenha sido aprovado.
