A Concelhia de Tomar do Partido Comunista Português desafia a Câmara nabantina a «assumir o papel de defensor intransigente do Rio Nabão, devendo para tal implementar todas as medidas que sejam consideradas necessárias, mobilizando, se para tal for necessário, a população do Concelho por forma a acabar-se com estes permanentes crimes ambientais». Num comunicado enviado para a nossa redacção, o PCP aponta baterias para a ETAR de Seiça: «Ao longo dos anos o Rio Nabão tem sido alvo de graves e constantes crimes ambientais. Nos últimos anos a situação tornou-se insustentável passando estes actos a ocorrer de uma forma quase programada com o maior índice de pluviosidade e quase continuada. Desde 2016 que o PCP e a CDU chamam a atenção para as descargas no rio Nabão e para as lamas despejadas em solos agrícolas provenientes da ETAR de Seiça, Ourém, na freguesia da Sabacheira. Nos últimos dias, o rio Nabão voltou a ser vítima de novas e intensas descargas poluentes numa afronta à população do Concelho. O resultado de mais este acto foi bem evidente para todos quantos passaram junto do seu leito. Hoje conhecem-se as origens destes crimes ambientais, mas é quase certo que, também desta vez, nada vai acontecer a quem comete estas agressões ambientais. Vamos a continuar a ouvir que as ETARES do Alto do Nabão e de Seiça funcionam muito bem, que as redes de drenagem vindas de Ourém estão impecáveis, com as águas residuais separadas das águas pluviais, que há mais uma dezena de outros focos de poluição ao longo do rio já identificados, que a culpa de tudo isto é da APA (Agência Portuguesa do Ambiente, I.P.), do Ministério do Ambiente e do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente) da GNR e que nós nada podemos fazer a não ser lamentar-nos. Mas a verdade não é bem assim! Temos de ser capazes de exigir uma rápida solução para este problema. A posição assumida pela Câmara de “lamento e de pedido de ajuda”, é uma forma de desresponsabilizar-se do que se está a passar, e que já provou estar completamente errada, pois até agora nada se resolveu e esta situação exige mais que elaborar ofícios com informações das “ocorrências”, ou apresentar “queixas” às entidades “responsáveis” como se de um mero escritório burocrático para registo de ocorrências se tratasse. A autarquia tem de se assumir como a legitima e primeira entidade que pretende defender o património do Concelho e o rio Nabão é o património maior de Tomar. Foi dele e com ele que Tomar ganhou raízes seculares, se desenvolveu e se impôs como comunidade. A concelhia do PCP de Tomar exorta a Câmara Municipal a assumir o papel de defensor intransigente do Rio Nabão, devendo para tal implementar todas as medidas que sejam consideradas necessárias, mobilizando, se para tal for necessário, a população do Concelho por forma a acabar-se com estes permanentes crimes ambientais».