Partido Social-Democrata e Independentes querem que a Câmara de Tomar solicite, com carácter de urgência, uma reunião ao Ministério da Administração Interna para debater as cenas de pancadaria que ocorreram na Festa de Olalhas e da qual resultaram vários feridos. Os vereadores João Tenreiro e Pedro Marques recuaram no tempo para recordar que já tinham alertado para este tipo de situações, colocando em causa, desta forma, a segurança no concelho de Tomar, segurança essa, diga-se, que consideram não existir e baseiam a respectiva tese nas inúmeras ocorrências do passado, de entre as quais até chegaram a resultar mortes. Foi João Tenreiro, do PSD, que começou por falar do episódio de Olalhas para considerar que a actual situação «é grave» e que carece de «medidas urgentes»:«Em 14 de Abril de 2014, apresentámos uma recomendação em face, já na altura, das várias notícias em torno da insegurança no concelho e pedimos que fosse agenda uma reunião com o Ministro da Administração Interna, sem esquecer o reforço de efectivos da PSP e da GNR, entre outras medidas. A verdade, senhora presidente, é que nada disto foi feito. Pelo menos não nos chegou qualquer diligência nesse sentido. Para alguma surpresa, o vereador Hugo Cristóvão disse que aquilo que havia em Tomar eram brigas de adolescentes e nada mais. Questionámos qual o mundo virtual em que o senhor vereador Hugo Cristóvão vivia… Será que ele considera que aquilo que se passou em Olalhas foi uma pequena briga de adolescentes? A situação em Tomar é grave e tem que ser resolvida. Há urgência em aumentar o número de efectivos no concelho. Apelamos para que seja agendada uma reunião com o Ministério da Administração Interna».
Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, admitiu que, com efeito, a situação «é preocupante» mas deixou o alerta para as entidades que organizam eventos idênticos. A autarca refere que o sentimento de segurança começa em cada um de nós:«As questões de segurança partem de todos nós… Quem organiza uma festa onde há a previsão de ter muitas pessoas também deverá ter isso em consideração e rever os aspectos de segurança. Se a organização não tem dinheiro para contratar segurança, então têm obrigação de comunicar oficialmente que vão realizar aquele evento. Isto não retira nenhum peso ao que se passou porque, efectivamente, a situação é preocupante… ».
Pedro Marques, vereador dos Independentes, foi incisivo na apreciação ao tema relacionado com a segurança em Tomar, considerando que a autarquia deveria ter acesso ao relatório que a Guarda Nacional Republicana fez da ocorrência de Olalhas para se perceber se algo não correu da forma desejada: «Há uns anos, por causa de um acidente na sequência de desacatos numa festa, morreu um jovem… Agora aconteceram essas coisas novamente. Isto não tem a ver com o facto de se realizarem estas festas todos os anos, mas sim com a predisposição de muita gente que vai a estas festas. E ainda havia aqui nas reuniões de Câmara quem dissesse que Tomar é uma cidade segura e tudo mais. Há uns anos atrás, ao fim-de-semana, os nossos jovens nem podiam ir ao centro histórico porque outros jovens lhes barravam a passagem. Temos que meter isto na ordem. Quanto ao que aconteceu nas Olalhas, é importante termos acesso ao relatório da GNR para percebemos quando chegou o alerta e a que horas chegaram ao local».