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A Assembleia Municipal de Tomar chumbou a atualização de tarifário da Tejo Ambiente para este ano de 2025. Partido Social-Democrata, CHEGA, CDU, CDS e Bloco de Esquerda arrasaram, por completo, a gestão daquela empresa intermunicipal e votaram contra o documento, superando, desta forma, as posições favoráveis da bancada do Partido Socialista e ainda do eleito pelos Independentes do Nordeste. Recorde-se que estavam em causa aumentos na ordem dos 2,1% na água e saneamento e 2,92% para os resíduos, sendo que, agora, estão instaladas as dúvidas sobre quais os valores com que os consumidores serão confrontados, sabendo-se que a ERSAR – entidade reguladora do setor – pretendia valores ainda maiores, casos de 2,7% para água e saneamento e de 7,7% para os resíduos. No período das intervenções, registo para Américo Costa, do CHEGA, que não deixou de recordar que desde a criação da Tejo Ambiente houve registo para um aumento acumulado de 35%, algo considerado pelo eleito como «alarmante» e «surreal»:
Bruno Graça, da Coligação Democrática Unitária, não poupou nas críticas aos responsáveis pela Tejo Ambiente. O eleito da CDU deixou claro que esta proposta visava encontrar «cumplicidade» da Assembleia Municipal para o «encobrimento das ilegalidades que envolvem todo este processo»:
Paulo Mendes, do Bloco de Esquerda, também foi duro para com a Tejo Ambiente, acusando a empresa de «tentativa desesperada de amealhar a maior quantidade de verbas», referindo mesmo que há o objetivo de aplicar o tarifário de forma retroativa. O bloquista adverte que as percentagens de aumento «não obedecem às formas contratualmente estabelecidas»:
Francisco Tavares, eleito do CDS/PP, deixou um conjunto de questões, desde logo o ‘chumbo’ em Tomar e quais as implicações:
Ana Catarina Pereira, da bancada do Partido Socialista, reforçou que a Tejo Ambiente decidiu não atender aos valores propostos pela ERSAR e assume essa perda de receitas ao invés de aplicar uma medida mais dispendiosa para a população:
Pelo lado do Partido Social-Democrata, António Lourenço dos Santos dirigiu-se a Hugo Cristóvão… não enquanto presidente da Câmara de Tomar mas sim como vogal da Tejo Ambiente, acusando-o de «se esquecer de alguma coisa». E explicou porquê:
Hugo Cristóvão, presidente da Câmara de Tomar, reforçou que a Tejo Ambiente não quis seguir a recomendação da ERSAR, que apontava para um aumento «bem superior», assegurando que a empresa, hoje, «está num outro caminho». O autarca acusou o PSD de «falta de respeito», recusando qualquer tipo de chantagem:
Entretanto, já em comunicado enviado para a Hertz, o PSD justificou a sua posição contrária perante o tarifário da Tejo Ambiente e instou Hugo Cristóvão a «não penalizar novamente os tomarenses com mais um aumento do preço da água, do saneamento e dos resíduos»: «Na Assembleia Municipal de Tomar do dia 24 de fevereiro foi discutido e votado o aumento dos preços da água, saneamento e resíduos proposto pelo Conselho de Administração da empresa intermunicipal Tejo Ambiente. Está em causa uma alteração ao tarifário com aumentos de 2,1% na água e saneamento e 2,92% para os resíduos. O PSD foi confrontado com a indicação de que, caso este aumento não fosse aprovado, a empresa Tejo Ambiente teria de efetuar os aumentos recomendados pela entidade reguladora do setor (ERSAR), aumentos esses que seriam superiores (2,7% para água e saneamento e 7,7% para os resíduos). No entanto, com um estudo aprofundado do processo, contornando a falta de transparência do executivo socialista, foi possível perceber que a primeira proposta considerada pela Tejo Ambiente, no seguimento das fórmulas de cálculo contratuais consistia em diminuições no preço da água e do saneamento e de um aumento de 2,9% nos resíduos. Esta proposta foi rejeitada pelo Conselho de Administração da Tejo Ambiente, de que faz parte o Presidente de Câmara Municipal de Tomar, Hugo Cristóvão. Ao votar contra e conseguir a rejeição deste aumento, o PSD conseguiu assim evitar mais uma penalização dos tomarenses, consequência da má gestão e má representação do Presidente de Câmara Hugo Cristóvão na Tejo Ambiente. Após a rejeição da proposta em Assembleia Municipal, o Presidente da Câmara e o Conselho de Administração da Tejo Ambiente têm agora de decidir aumentar ou não os preços. Podem manter a proposta inicial, rejeitada pelo Conselho de Administração, e até baixar o preço da água e do saneamento, ou podem aplicar o aumento de preços indicado pela entidade reguladora e efetuar um aumento significativo do custo ao consumidor. O PSD, como partido sério e responsável, não compactua com a falta de transparência e tentativa de manipulação dos factos. Esperamos que o Presidente Hugo Cristóvão não escolha penalizar novamente os tomarenses com mais um aumento do preço da água, do saneamento e dos resíduos».
Assista à análise do tema sobre o tarifário a partir das 3h43m38s: