«Uma aposta ganha». Foi desta forma que Carlos Ribeiro, responsável pelo Agrupamento de Escolas «Templários», se referiu ao rendimento da turma de alunos de etnia cigana que, durante o último ano lectivo, esteve inserida na Escola Básica «Templários». Em entrevista exclusiva à Hertz, o dirigente congratulou-se com o facto de 80% dos doze jovens terem registado bons resultados, assegurando, uma vez mais, que a criação da referida turma não teve, sequer, qualquer intuito de discriminação positiva. Ainda assim, avançou Carlos Ribeiro, esta experiência não será para repetir:«A constituição desta turma não foi, de modo nenhum, propositada. Foi uma questão técnica, uma questão administrativa. Na elaboração das turmas, os alunos em causa ficaram de fora pois não havia continuidade para eles. Tinham um elevado absentismo. É claro que noutras escolas do Agrupamento tínhamos vaga para estes alunos e ficavam inseridos com alunos de outras etnias. Mas, na verdade, a escola Templários é aquela que está mais próxima do Flecheiro. Propusemos, então, à Direcção-geral dos Estabelecimentos Escolares avançar para a criação de uma turma com estes alunos. Em paralelo tomámos diversas iniciativas, desde logo uma, relacionada com o docente que ficou com a turma, já com uma grande experiência na área. Colocámos, ainda, uma funcionária de etnia cigana na escola, que não só foi útil para esta turma mas também para a globalidade da escola. Repare que a escola, actualmente, já tem 40% de alunos de etnia cigana. E posso dizer que as coisas funcionaram bem até porque conseguimos diminuir, em muito, o absentismo destes alunos, sendo que cerca de oitenta por cento conseguiram obter bons resultados e progredir. Foi uma aposta ganha! Neste ano lectivo, a situação não será repetida uma vez que as turmas já estão constituídas e os alunos foram inseridos nas diferentes turmas de acordo com os critérios».
