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TOMAR – Nota de pesar da Delegação do Centro da Ordem dos Arquitectos pelo falecimento do Arquitecto José Inácio da Costa Rosa

Pouco mais de um mês depois do que em que faleceu, com 92 anos, o tomarense José Inácio da Costa Rosa, sócio n.º 166 da Ordem dos Arquitectos, é agora homenageado com uma nota de pesar desta última entidade. Num texto enviado para a nossa redacção, a Ordem refere que «deixa o seu traço na cidade que era o seu “segundo amor, a seguir à família”, como o referiu numa entrevista em Março de 2017. Deixa por isso a memória de entrega emotiva e incondicional a Tomar». «A Delegação do Centro da Ordem dos Arquitectos não podia deixar de assinalar, com pesar, a perda de um homem que deixou contributos assinaláveis para a história de Tomar do séc. XX e início do séc. XXI. José Inácio da Costa Rosa, nome incontornável da vida tomarense, foi distinguido pela autarquia no dia da cidade, em 2017, com a medalha municipal de valor e altruísmo (grau ouro). Era ainda “muito novo” quando escolheu Arquitectura. Pensou também em Pintura e depois Veterinária, “mas a Arquitectura venceu, apesar de ser um curso complicado e na altura com a duração de seis anos.” “Eu não fui um arquitecto com grande trabalho em Tomar. Trabalhei bastante para particulares mas nunca para o Estado”, referia Costa Rosa, na mesma entrevista. “A minha coroa de glória foram as moradias”, dizia. Assinala especialmente uma moradia em Oeiras, para a família Costa Cabral Macedo. Por longos anos foi também professor no curso de Construção Civil na Escola Jácome Ratton, nas áreas do Desenho, Tecnologia e Orçamentos. Um período que lhe valeu a amizade dos seus alunos. Costa Rosa deixa ainda uma produção artística assinalável, em desenhos e aguarelas. Não há recanto em Tomar que o arquitecto não conhecesse e que provavelmente não tivesse desenhado. Desenhava a cidade, desenhava o que na cidade acontecia, especialmente a Festa dos Tabuleiros. Voltamos à Arquitectura e a um espaço obrigatório, para quem vive no concelho e para quem o visita: o café Estrelas de Tomar. É assinado pelo Arquitecto Costa Rosa, que nos abre um janelão, uma perspectiva privilegiada e cheia de potencial para as águas do rio Nabão (umas vezes calmas, outras turbulentas), à volta do qual nasceu e se desenvolveu uma cidade milenar. Disse José Inácio da Costa Rosa: “Tomar sempre foi uma paixão e vou continuar a contribuir com os meus préstimos até ao último dia, sempre a viver em Tomar».

Obra do Arquitecto Costa Rosa | Tomar: 1930-1965

(levantamento in Roteiro da Arquitectura Moderna, Tomar, 1930-1965, de Anabela Mendes Moreira e Inês Domingues Serrano)

Edifício plurifamiliar na Rua Torres Pinheiro (1955)

Rua Torres Pinheiro, 44-46

Moradia Armado Redol (1957)

Rua Doutor Egas Moniz, 14

Edifício plurifamiliar na Praceta Dr. Raúl António Lopes (1958)

Praceta Dr. Raúl António Lopes, 11-12

Edifício comercial e residencial (1960)

Rua Torres Pinheiro, 68

Edifício plurifamiliar na Rua da Fábrica de Fiação (1961)

Rua da Fábrica de Fiação, 70-A

Moradia Lopes das Neves (1963)

Rua Doutor Egas Moniz, 29

Moradia Gouveia Pereira (1963)

Rua Miguel Maria Ferreira, 15

Pastelaria e Café Estrelas de Tomar (1960/1963)

Rua Serpa Pinto, 14-18, Avenida Marquês de Tomar

(Esta lista contém as obras do Arq. no período de tempo assinalado).

Desenhos do Arquitecto José Inácio Costa Rosa:

Imagens dos projectos do Arquitecto Costa Rosa: