O Ministério do Ambiente diz, muito claramente, que o Nabão não tem indícios de poluição. Esta indicação serviu de resposta a um requerimento do Partido Social-Democrata que, através dos deputados eleitos pelo distrito de Santarém, questionou directamente o Ministro sobre os motivos pelos quais o rio apresentava – e ainda apresenta – a água espumosa e em tons escuros. Aliás, a Hertz tirou registos fotográficos ao Nabão na tarde desta quinta-feira, dia 2 de Fevereiro, e as imagens falam por si, ou seja, o rio continua com evidentes sinais de poluição. Apesar de todas estas evidências, o Ministério do Ambiente, no texto de resposta ao PSD, refere que «À data das fiscalizações nada foi detectado de anormal» e que «dos resultados efectuados à água residual tratada, verifica-se que as mesmas se encontram a cumprir (…) com a legislação em vigor».
Surpreendido com esta resposta ficou o deputado Duarte Marques que, a par de Teresa Leal Coelho e Nuno Serra, questionou o Governo sobre a poluição no Nabão. Em declarações à Hertz, Duarte Marques acusa o Governo de querer «lavar as mãos nesta matéria», algo que considera como «politicamente muito grave»: «Ficaria muito feliz se a resposta do Ministro do Ambiente correspondesse ao que está à vista das pessoas. Mas os relatos, as fotografias, as imagens, as pessoas que vivem em Tomar… tudo aponta para poluição. Mas o senhor Ministro agora diz que não há poluição. Até esperava uma resposta que dissesse que não se tinham encontrado evidências no dia das fiscalizações e que, ainda assim, o Governo iria diligenciar para fazer um plano de monitorização mais apertado, como se fez no tempo do Governo anterior no que disse respeito ao Tejo. Nessa altura, ao longo de um período mais alongado, foi possível verificar focos de poluição. Aqui, vemos que o Governo lava as mãos, o que é perigoso e politicamente é muito grave. É óbvio que há poluição no Nabão, que deve ser combatida sem se olhar para questões políticas».
Questionado sobre se esta avaliação do Governo pode fazer com que outras entidades – como a Agência Portuguesa do Ambiente e o Serviço de Protecção da Natureza da GNR – baixem os braços, Duarte Marques disse esperar que tal não aconteça: «Parece que o Governo está descansado com este assunto mas acredito que as autoridades que andam pelo terreno estão preocupadas. Senão encontraram uma vez, então é melhor procurarem mais. É preciso é que o Governo dê condições e meios para que estas entidades tenham poder, capacidade e força para manter o trabalho eficaz. O que nos parece haver, então, é um lavar de mãos que não é bem aceite pela nossa parte até porque pelo lado do PSD tem existido uma grande solidariedade em relação á forma como o Governo e a própria Câmara de Tomar queriam combater este flagelo. Não podemos é ver um Governo que nos diz que não há poluição e até parece que baixa os braços no combate à poluição». Informação completa em 98 e 92 fm