Um médico, de 63 anos, residente em Tomar e que exerceu funções na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Urqueira (concelho de Ourém), está acusado de crimes de participação económica em negócio e falsificação. Os factos indiciados, refere a Procuradoria de Santarém, «situam-se entre janeiro e outubro de 2014, período durante o qual, a pretexto de não lhe ser permitido emitir atestados médicos para renovação de carta de condução no centro de saúde, o arguido solicitava para si próprio vinte euros por cada atestado que emitia na sua clínica privada, deixando tal documento no centro de saúde onde cobrava aquela quantia a cada utente, à revelia do centro». Noutra ocasião o médico emitiu um atestado sem ter consultado ou sequer visto o utente, a pedido de uma escola de condução. Na acusação, deduzida pela 2.ª secção de inquéritos de Tomar especializada em crimes económicos e financeiros, também foi promovida a aplicação de pena acessória de suspensão de funções no serviço público e a condenação do arguido ao pagamento das quantias indevidamente recebidas. A investigação foi executada pelo Departamento de Leiria da Polícia Judiciária e está em curso o prazo para abertura de instrução que, a não ser requerida, determinará a remessa do processo para julgamento perante tribunal singular.
