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TOMAR – Marchas de São Pedro: organização do Rancho de Alviobeira encheu adro da Escola dos Artistas

Escreve Manuela Santos, do Rancho Folclórico de Alviobeira: «Há seis anos a esta parte que o RFEA realiza uma actividade para comemorar o S. Pedro, padroeiro de Alviobeira. Nos dois primeiros anos realizámos uma Romaria, junto à igreja, com missa, procissão, venda de bolos e bailarico. Já nos últimos quatro anos optámos por realizar um arraial popular no recreio da antiga escola primária de Alviobeira, hoje entregue ao Rancho e transformada na escola de artistas do RFEA. Faz parte do Arraial as tasquinhas com doces e salgados, sardinha assada, caldo verde e uma “espécie” de marchas populares, interpretadas pelo Rancho infantil e adulto e claro está o convívio da população. Ensaiadas em apenas uma semana, as marchas apresentadas pelo Rancho cumpriram o seu papel: divertir os “marchantes” e o público. Todos os anos o Rancho escolhe um tema, desenvolvendo as suas actividades à volta do mesmo. Este ano, como não podia deixar de ser, já que é o ano da grande festa dos tabuleiros, o tema escolhido foi festas e romarias. A marcha do Rancho adulto, com letra da Nela e música do Zé Carlos e da Nela, e com a preciosa contribuição do nosso acordeonista João Paulo, que faz o favor de passar para pauta o nosso trautear desafinado, tinha como tema “A Romaria” e contava a história do Manel e da Maria, do Chico e da Palmira, do Alfredo e da Joaquina que dê por onde der, à Romaria não podem faltar. As roupas, porque a poupança é necessária, são obtidas da generosidade do Sport Clube de Ferreira do Zêzere que nos vai emprestando algumas roupas de marchas antigas, e da criatividade e bom gosto deste grupo que do velho faz novo, e que faz com o vestuário aquilo a que já está habituado a fazer a si próprio: renovar-se constantemente. A marcha do Rancho Infantil dedicada ao nosso Padroeiro S. Pedro e à Rainha Santa Isabel, com música de Gracinda Leal e letra da mesma e da Nela, também ela ensaiada numa semana, embora simples, encantou os presentes. No dia em que as nossas crianças participaram no Cortejo dos Rapazes, agradecemos aos pais e claro está às crianças a sua boa vontade em fazer-se presente no Arraial e na marcha depois de uma manhã tão cansativa. No ano em que tanto se fala da ausência da festa anual em Alviobeira, a verdade é que esta Alviobeira teima em acontecer e a proporcionar durante todo o ano oportunidades de encontro e convívio. Mesmo sem festa anual, Alviobeira vai realizando quase todos os meses uma qualquer actividade lúdica desenvolvida pelas várias entidades/associações da terra, apesar dos mais críticos nem sempre se fazerem presentes, esquecendo-se assim de incentivar e premiar o esforço de quem se dedica continuadamente, ano após ano, (e durante todo o ano) à dinamização da sua terra. Mas voltamos às marchas e ao gozo que nos deu a sua preparação. Se houve alguém que se divertiu com a marcha, fomos nós: quem a escreveu, musicou, ensaiou e dançou. Com letra divertida, escrita e vendida na nossa colecção de cordel que já vai no seu oitavo livro, possibilitando o acompanhamento da letra por parte dos presentes, com coreografia simples e alegre, divertiu os presentes e coloriu o arraial de S. Pedro. Por fim agradecemos a boa vontade da marcha do Sport Clube de Ferreira do Zêzere, que não sendo da freguesia aceitou descer a esta terra (que também contribui com alguns elementos para a sua marcha anual) e que nos premiou com a sua presença e que tornou o nosso arraial ainda mais animado. Afinal as coisas só são complicadas quando nos esforçamos e canalizamos os nossos esforços para as tornar assim. Que o remédio para alguns males seja “marchar” que embora faça rima com contar, são coisas bem diferentes. Não percamos tempo a contar o nosso “imobilizado corpóreo”, quando o que tem realmente valor é o incorpóreo, aquele que exige maior sabedoria a adquirir, mas uma vez alcançado é de valor incalculável. Depois da azáfama passada, (e como é bom ver o recreio da nossa antiga escola assim dinamizado) sabemos que valeu a pena. Foi para nós RFEA, um prazer preparar este Arraial e quando fazemos as coisas com gosto e de coração, nada pode correr mal. Esta “máquina” que trabalha à base do amor e é oleada pela amizade genuína e pela entrega gratuita, é imparável e indestrutível. Os mais “limitados” não a conseguem compreender, e ficam confusos com o seu mecanismo que é do mais básico que existe, mas apenas decifrável por quem tem um coração puro e uma mente aberta e iluminada. Para desocupar a cabeça com aquilo que não nos engrandece e aprendermos a dar valor às pequenas coisas, nada melhor que “marchar!”. Manuela Santos e António Freitas