Luís Ferreira – membro não adstrito da Assembleia Municipal de Tomar, eleito pelo Partido Socialista – confirmou, num texto enviado para a redacção da Hertz, que era o alvo das acusações de João Tenreiro, vereador do Partido Social-Democrata, em torno de um suposto aproveitamento da base de dados da autarquia nabantina. Recorde-se que nesta segunda-feira, por ocasião de mais uma reunião entre o executivo camarário, o eleito do PSD pediu explicações à presidente Anabela Freitas sobre uma alegada utilização indevida desse suporte informático, sendo que a autarca, em jeito de resposta, equacionou mesmo o recurso à via judicial caso se confirme a situação. Contudo, nem João Tenreiro, nem Anabela Freitas avançaram com o nome do suposto responsável. Nesta quarta-feira, Luís Ferreira, ex-chefe de gabinete da presidência, assumiu-se, então, como o alvo e repudiou as acusações, considerando-as «totalmente descabidas e desproporcionadas face aos meios de divulgação das propostas e opiniões políticas», garantindo que apenas utiliza «contactos pessoais para o efeito».
Luís Ferreira aproveitou para apontar o dedo a «alguns actores políticos» pela «dificuldade (…) em lidarem com a crítica e a divulgação pública de acções que tiveram, têm ou sobre as intenções que preparam para o futuro. Ninguém, em democracia, está ao abrigo do escrutínio público. Só em ditadura, que parece que alguns gostariam de conseguir instalar em Tomar, isso é possível», lamenta o eleito do Partido Socialista na Assembleia Municipal, que garantiu que «neste caso, como em todos os anteriores, ao longo de décadas de actividade política (…) a tentativa de me silenciar será absolutamente ineficaz».