As cenas de pancadaria vistas por quem estava no local. Francisco Tavares, dirigente da Juventude Popular de Tomar, estava na Praça da República no último sábado à noite, altura em que aquela artéria simbólica do centro histórico foi palco para graves desacatos, que apanharam dezenas de pessoas pelo meio, principalmente quem estava nos cafés ali situados e que acabou surpreendido pelo autêntico “arrastão” de violência.
Francisco Tavares, em testemunho recolhido pela Hertz, disse que foi tudo muito rápido e confirmou que um grupo de jovens foi responsável mais visível do que aconteceu, lamentando que um outro jovem – que estaria no papel de apaziguador – tenha sido quem mais sofreu… e acabou mesmo por perder os sentidos: «Foi tudo por rápido e demasiado perturbador… De repente, um grupo de jovens começou a correr pelo meio dos cafés da Praça da República, derrubando tudo o que havia para derrubar e depois iniciou-se um momento de pancadaria onde além de murros e pontapés houve cadeiras a voar sem que houvesse, sequer, cuidado com as centenas de pessoas que ali estavam. Não vimos qualquer motivo aparente para que aquilo acontecesse até porque foi uma tamanha confusão. As pessoas foram apanhadas de surpresa e algumas só se aperceberam quando foram obrigadas a levantar-se. Houve um jovem que tentou apaziguar a situação e tentou interromper as agressões que estavam a decorrer. Um dos grupos virou-se contra essa pessoa e, infelizmente, acabou por ser esta pessoa a ficar mais ferida. Levou com cadeiras, pontapés e murros… Terá mesmo perdido os sentidos».
Francisco Tavares lamenta que, naquela altura, não houvesse registo para a presença de qualquer agente de autoridade no local, acreditando que se tal acontecesse se calhar nada teria acontecido, pelo menos com a gravidade conhecida: «Naquela altura não estava lá qualquer agente de autoridade. Depois chegou um carro-patrulha com dois agentes e depois uma carrinha com mais cinco, chegando, depois, também os bombeiros para socorrer o jovem. Fiquei satisfeito de saber que havia sete elementos da PSP prontos a intervir mas é de referir que, na altura, não estava qualquer agente de autoridade. Se calhar não tínhamos chegado onde se chegou. Talvez as pessoas que causaram todo este aparato se sentissem menos à vontade para fazer tais actos».
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