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TOMAR – Investigador no processo de Candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património esteve em Alviobeira na recolha de elementos sobre a Festa dos Tabuleiros

Foi iniciado em Tomar, a partir da Câmara Municipal de Tomar, o processo tão desejado pelos Tomarenses: Candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Nacional e posterior candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade. André Camponês é o investigador que estará em Tomar nos próximos 12 meses e que fará toda a investigação necessária para o processo, segundo refere a vereadora Filipa Fernandes “Para isso precisará e contará com o apoio e disponibilidade do povo Tomarense”. No passado domingo André Camponês visitou Alviobeira e, juntamente com o presidente da Junta, foram a casa de Maria José Rodrigues, que é uma autodidacta que faz flores desde muito nova para tabuleiros. Mais uma vez a Junta adjudicou-lhe esta “nobre missão” de confeccionar as flores para os tabuleiros que a Junta vai levar à festa Grande, de Casais e Alviobeira – já que os 20 tabuleiros que as pessoas oferecem, extra os que a junta leva e transportam, elas mesmo confeccionam o tabuleiro no seu todo. Interventivo, foi questionando e registando o processo que a Maria José, já na casa dos 70 anos, mas com uma jovialidade invejável, criou: a partir de moldes em cartão que desenhou, cortas várias folhas de papel e que em cerca de 2 minutos ou menos dá uma flor pronta- ou seja um máquina de fazer flores!

Refere ao investigador que já foi à RTP ao programa da Tânia Ribas de Oliveira e José Pedro Vasconcelos mostrar como se faz flores e que ainda quer ir a um ou outro canal, apesar de se sentir nervosa. Registe-se que foi levado, a esse programa, por um par do rancho, um tabuleiro que o apresentador – que é um cómico como se sabe o colocou à cabeça e os puritanos de Tomar e os auto intitulados “donos da Festa” se insurgiram, dado os homens não transportarem tabuleiros à cabeça, e hoje assiste-se em aplicações virtuais o mesmo tabuleiro ser, virtualmente colocado em homens e mulheres, como se viu na FITUR em Madrid. Nestas idas às televisões, é sabido, vá lá saber-se por que razão – o mérito é sempre para pares da cidade e se esquecem que a festa é um todo, e de todo o concelho. Basta ver as declarações publicadas na imprensa da Junta Urbana! Porém houve um ano em que um programa de entretenimento transmitido a partir do Mouchão o José Castelo Branco não dignificou, num momento solene a bênção dos tabuleiros e até ridicularizou Tomar e a sua tradição! Mas são factos passados!

Maria José Rodrigues, começou em outubro a feitura das flores – André Camponês de seguida deslocou-se ao Museu Etnográfico do Rancho, tendo sido recebido por Cidália Antunes e Manuel Mendes e viu as peças e utensílios expostas, que fizeram parte das vidas e vivência desta antiga freguesia e teve curiosidade nas recriações históricas e etnográficas, que este rancho promove, assim como Culto do Espírito Santo aqui instituído – o de se levar tabuleiros nas procissões da Festa de Ceras e Alviobeira e na ida a Dornes, com o Círio do Divino Espírito Santo. Foi-lhe referido que no ano da comemoração dos 150 anos do cirio (que data de 1863); a paróquia de Alviobeira ir a Dornes todos os anos, na Segunda feira de Espírito Santo, sempre. Em 2013 o rancho fez uma recriação histórica do círio à moda antiga que teve honras de transmissão televisiva através da RTP. Sabendo que o Rancho de Alviobeira vai promover dia 17 de Março na “Escola de Artistas” um workshop” de feitura de flores, a partir das 15H00- André Camponês vai estar presente.

“Flores da Festa dos Tabuleiros” – É sempre importante, o contributo das gentes que sabem e dos autodidactas que sabem fazer flores e de transmitir esse conhecimento ou arte aos mais novos. Falando em flores penso que após a festa dos Tabuleiros de 2011, ou seja em 2012 – José Joaquim Marques um homem que tem dedicado a sua vida ao folclore e etnografia, e que foi na última comemoração do Dia da Cidade, agraciado com a medalha de ouro da Câmara de Tomar, dedicou o seu tempo a escrever um livor sobe “Flores da Festa dos Tabuleiros” e que chegou a ser apresentado em PDF na Junta de Santa Maria dos Olivais. Para quem esteve na apresentação, o livro, com apoio da Comissão da Festa dos Tabuleiros e da Junta de Santa Maria, foi entregue a uma editora a Papiro que nunca entregou a obra. Na data, em mail enviado por mim próprio à editora, (na consulta às fontes como se impunha), a mesma referiu que o livro foi sub contratado a uma empresa de impressão externa que entretanto faliu. O autor não tem culpa alguma e a Papiro é uma editora de livros conceituada, que tinha que apresentar a obra. Num ano de Festa dos Tabuleiros e sabendo do interesse que existe em haver uma obra escrita e publicada, não seria de voltar a editar, aproveitando o trabalho académico e editorial de José Joaquim Marques? É que o tempo passa, os anos passaram e um obra, subsidiada pelos dinheiros públicos, não teve o seu final que se desejava, ficando o seu autor “descalço” e Tomar mais pobre! António Freitas